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Importações somam US$ 3,9 bi e batem recorde com 5,2 milhões de toneladas em novembro
Terca-Feira, 15 de Dezembro de 2020
Produção nacional garante o abastecimento doméstico somada a um mercado livre e aberto para produtos químicos
O Brasil importou US$ 3,9 bilhões em produtos químicos no mês de novembro. O valor representa aumentos de 10,5% em relação a outubro deste ano e de 10,6% na comparação com novembro de 2019. Em termos das quantidades movimentadas, o volume importado, de mais de 5,2 milhões de toneladas (respectivamente aumentos de 13,5% frente a outubro e de expressivos 24,9% na comparação com igual mês do ano passado), fez de novembro a primeira vez, ao longo de todo o histórico de acompanhamento da balança comercial brasileira de produtos químicos, em que o total importado dentro de um único mês supera a marca de 5 milhões de toneladas.
No acumulado do ano, por sua vez, as compras externas de produtos químicos somam US$ 37,7 bilhões, recuo de 8,2% frente ao mesmo período do ano passado. Em termos de quantidades, contudo, as movimentações superaram 46,9 milhões de toneladas, até novembro, e significaram um aumento de 7,1% na comparação com o mesmo período de 2019. Os elevados níveis de aquisições deverão fazer de 2020, com projeção de mais de 50,5 milhões de toneladas, o quarto ano em que se terá batido consecutivamente o recorde setorial de volumes nas compras externas (anteriores eram de 47,6 milhões em 2019, de 45,2 milhões de toneladas em 2018 e de 43,1 milhões de toneladas em 2017), sobretudo em intermediários para fertilizantes, produtos que possuem plenas condições técnicas e econômicas de serem fabricados no País.
As exportações, de US$ 865,5 milhões, em novembro, foram 4,3% superiores na comparação com outubro, mas uma considerável redução, de 7,1%, em relação ao mesmo mês de 2019. Entre janeiro e novembro deste ano, as vendas para o exterior totalizaram US$ 9,9 bilhões, retração de 15,2% frente ao registrado em igual período do ano passado, tendo sido verificadas quedas nas vendas ao exterior em praticamente todos os grupos de mercadorias, particularmente em produtos orgânicos (-21,8%) e em resinas e elastômeros (-24,5%), comprovando o firme compromisso da indústria química brasileira em priorizar a manutenção de suprimento no mercado interno tanto no enfrentamento da pandemia quanto mais ainda agora na intensa recuperação da atividade econômica.
O déficit na balança comercial de produtos químicos, até novembro, foi de US$ 27,8 bilhões, 5,4% a menos do que o registrado em igual período de 2019. Já nos últimos 12 meses (dezembro de 2019 a novembro deste ano), o déficit é de US$ 29,8 bilhões, podendo superar os US$ 30 bilhões em 2020.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, não há o menor risco de desabastecimento, tendo a indústria química brasileira atuado de maneira decisiva para garantir o suprimento a inúmeras cadeias de valor no País, complementada por aquisições que são regularmente realizadas via um mercado externo aberto e livre. “A recente decisão da CAMEX de reduzir, de maneira equivocada e prejudicial, a tarifa de importação do PVC, para um volume totalmente descabido de 160 mil toneladas, sem prévia consulta aos produtores nacionais, é um claro exemplo daquilo que não deve ser feito em termos de política comercial. Essa redução tarifária, mesmo que temporária (três meses, prorrogáveis por igual período), é completamente injustificável, pois a indústria doméstica está operando normalmente, inclusive com recordes sucessivos de vendas, atendendo seus clientes acima da média de consumo pré-pandemia, e nem sequer existiu um pleito formal que possibilitasse a ampla defesa e o contraditório pelos fabricantes brasileiros de PVC. Estamos profundamente preocupados com o grave ambiente de insegurança jurídica e de imprevisibilidade aos negócios, resultante de medidas como essa, e que não pode penalizar um setor absolutamente comprometido com o abastecimento do mercado doméstico e que será estratégico para a recuperação da atividade econômica que se avizinha”, destaca Marino.