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Nobel premia a química das baterias de íon-lítio

Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019

Ilustração: Niklas Elmehed

John B. Goodenough, M. Stanley Whittingham e Akira Yoshino



O prêmio Nobel de Química de 2019 foi concedido a um trio de cientistas pelo desenvolvimento da bateria de íons-lítio. Os laureados são o alemão John B. Goodenough, nascido em 1922, o britânico M. Stanley Whittingham (1941) e o japonês Akira Yoshino (1948).

“O prêmio Nobel de 2019 vem no contexto da sustentabilidade e da importância da ciência para prover um repertório de soluções sustentáveis para a humanidade”, celebra o professor Guilherme Marson, do Instituto de Química da USP. “Neste caso, a imensa capacidade de carga das baterias de íon-lítio aliada a seu baixo peso, tornam possíveis a portabilidade da energia. É um exemplo claro da relevância entre a conexão da ciência de base – a eletroquímica é um dos conceitos basilares da química desde a segunda metade do Século 19 – com suas aplicações.”

Goodenough, aos 97 anos, é o mais velho cientista a receber o Nobel. Ele é físico formado por Yale, mas foi como chefe da cadeira de Química Inorgânica em Oxford que desenvolveu o primeiro cátodo que permitiria desenvolver essa bateria (óxido de lítio cobalto). Whittingham, químico formado em Oxford, teve papel fundamental no desenvolvimento da bateria ao formular o conceito da intercalação de eletrodos. Em 1983, Yoshino ancorado no conhecimento dos pares construiu o primeiro protótipo de uma bateria de íons-lítio.

“O lítio é um elemento extremamente reativo, então a parte química, como domar e controlar essa reatividade, foi algo fundamental nessa trajetória”, explicou Sara Snogerup Linse, coordenadora do Comitê do Prêmio Nobel de Química. “E assim a humanidade teve acesso a uma revolução, com baterias se tornando cada vez menores, com mais carga, e até com maior possibilidade de armazenar energia proveniente de diversas fontes.”