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ABIQUIM: Vendas locais caem 1,58% enquanto importação sobe 15,9% no bimestre

Quarta-Feira, 27 de Marco de 2013

ANDRÉ MAGNABOSCO – Agência Estado
*notícia publicada em 26/03/2013

Os indicadores de vendas e importações de produtos químicos do primeiro bimestre de 2013 confirmam a tendência de perda de competitividade da indústria nacional. Nos dois primeiros meses do ano, as vendas internas encolheram 1,58% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, enquanto as importações cresceram 15,9% no período. Com isso, a taxa de utilização da capacidade no setor caiu para 80% no bimestre, três pontos porcentuais abaixo da marca alcançada nos dois primeiros meses de 2012.

O levantamento divulgado hoje pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), ainda com base em dados preliminares, mostra que os fabricantes nacionais não conseguem aproveitar o aumento do consumo interno para ampliar as vendas. A indústria local, pelo contrário, tem perdido participação de mercado e registrado taxas descendentes de utilização de capacidade. Após alcançar 83% em janeiro, o índice caiu para 77% em fevereiro, quatro pontos porcentuais abaixo da marca apurada em fevereiro do ano passado.

"Esse nível de operação representa uma ociosidade considerada elevada para os padrões de produção da indústria química e acaba forçando as empresas a realizarem mais paradas para manutenção, que geram custos adicionais de produção", destaca a Abiquim no Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) deste mês.

Os números do primeiro bimestre mostram que a demanda local, medida pelo consumo aparente nacional (CAN), apresentou leve recuperação neste início de ano, com alta de 2,3%. As vendas, porém, encolheram e contribuíram para uma queda de 3,71% na produção das indústrias instaladas no Brasil. "Tal situação (de baixas taxas de utilização), que se observa desde 2008, evidencia a falta de competitividade da indústria local no atendimento da demanda e pode significar, no médio e no longo prazos, desestímulo a novos investimentos", alerta a Abiquim.

E se os números do primeiro bimestre já são considerados negativos, a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) referente à inclusão do ICMS na base de cálculo dos PIS/Pasep e da Cofins de produtos importados amplia ainda mais a preocupação da entidade. "A Abiquim entende estar correta a decisão, pois caminha na direção da eliminação dos impostos em cascata, questão sempre defendida pela indústria. Todavia, tal decisão introduz um problema adicional para a indústria em geral e especialmente para a química, na medida em que não há tratamento isonômico para o produtor local", destaca a associação.

Na quarta-feira passada, o STF decidiu que a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins nas operações de importação era inconstitucional. A medida, na prática, deve resultar em uma vantagem adicional aos preços dos produtos importados. "Se tivéssemos isonomia, a indústria química aplaudiria (o fim da chamada tributação em cascata), mas o produtor local continuará pagando", ponderou a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, em entrevista concedida ao Broadcast no dia seguinte à decisão do STF.

Os números do primeiro bimestre justificam a preocupação. A pesquisa feita pela Abiquim mostra que apenas três grupos, de um total de 13 segmentos, registraram aumento do nível de produção no primeiro bimestre, na comparação com o mesmo período de 2012. Ao mesmo tempo, o déficit comercial da indústria química somou cerca de US$ 6,6 bilhões no intervalo, alta de mais de 10% em relação aos dois primeiros meses do ano passado. 

(André Magnabosco - andre.magnabosco@estadao.com)

Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios-geral,abiquim-venda-local-cai-158-e-importacao-sobe-159,148587,0.htm>. Acesso em 27/03/2013.