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Indústria química brasileira registra declínio na demanda e nas vendas internas em 2015

Sexta-Feira, 29 de Janeiro de 2016

Informações preliminares da equipe de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) mostram que os índices de volume de vendas internas e de demanda nacional recuaram no ano passado. As vendas internas encolheram 5,37%, enquanto a demanda nacional por produtos químicos de uso industrial, medida pelo Consumo Aparente Nacional (CAN), teve retração de 6,8%, ambas em relação ao ano anterior. 

Os números colocam 2015 na posição de um dos piores anos das últimas duas décadas de análise. Como é fornecedora de produtos para segmentos da indústria afetados pela crise econômica, a atividade interna fraca levou a indústria química a buscar alternativas para manter seus ativos em operação mínima. Para a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, isso explica a alta de 10,6% em volume de exportações sobre 2014, como busca das companhias pelo mercado externo a fim de manter produção e utilização da capacidade em níveis mais seguros de operação.

O aumento das exportações manteve o nível de produção praticamente estável, com ligeira alta de 0,46% no mesmo período, e no de utilização da capacidade instalada, que ficou em 78%, um ponto abaixo do patamar registrado em 2014. Por outro lado, a desaceleração da atividade interna e a desvalorização do real também afetaram o volume importado, que não só caiu no ano passado, como também passou a representar uma fatia menor do consumo de produtos químicos no mercado brasileiro em termos percentuais. As importações, em volume, caíram 21,6% em 2015 sobre 2014. Assim, apesar do declínio das vendas internas, o produtor local ganhou 5,4 pontos do share do mercado doméstico.

De acordo com a análise, há espaço para crescer em termos de produção nacional. No entanto, como explica Fátima Giovanna, as empresas só conseguirão planejar novos investimentos quando a ociosidade for reduzida. “Isso só acontecerá se houver aumento da competitividade de produção no mercado local, mas estamos num círculo vicioso há alguns anos, com problemas sérios e estruturais, mas relevantes do que propriamente as questões conjunturais”, observa a diretora.

Além disso, deve-se considerar que a química tem forte correlação com o desempenho do PIB e a economia em recessão puxa mais intensamente a atividade do setor para baixo do que para cima nos momentos de crescimento. “A adoção de medidas adequadas e que deem previsibilidade de longo prazo e segurança são essenciais para ajudar o País a voltar para a trajetória de crescimento. O problema é que para a química não há tempo a perder. As oportunidades existentes no País também estão na mira de análise de outros países ao redor do mundo. Apesar de o Brasil ainda ser um dos países mais atrativos em vários aspectos, especialmente pelo tamanho do seu mercado, uma vez perdida a chance, será preciso aguardar um novo ciclo de expansão da demanda”, alerta Fátima Giovanna.

Para atenuar os efeitos do elevado custo Brasil sobre o setor, a Abiquim defende a manutenção do Regime Especial da Indústria Química (Reiq) e entende que, passados seis anos da divulgação da Lei do Gás (que prevê uma política de diferenciação e competitividade para o gás natural utilizado como matéria-prima), é chegada a hora de o governo concretizar tal previsão legal. “A Abiquim já apresentou proposta, inclusive, de regulamentação para essa aplicação do gás. De 2013 para cá, três fábricas já foram desativadas pela falta dessa política. Além disso, para aproveitamento das oportunidades que o mercado externo tem oferecido, seria muito importante o retorno da alíquota do Reintegra para patamares mais adequados”, afirma a diretora de Economia e Estatística da associação. 

Para Fátima Giovanna, apesar da necessidade de adoção de algumas medidas que ajudem o governo a realizar o ajuste fiscal pretendido, o País deve repensar algumas ações que podem ter exatamente o impacto contrário àquele pretendido, causando redução da produção e a consequente diminuição de receitas tributárias.



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