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50 anos de retrocesso. É o que representa a falta de contrato de longo prazo para indústria química

Sexta-Feira, 30 de Outubro de 2015

No dia 31 de outubro vence o prazo dos contratos firmados pela Petrobras para o fornecimento de nafta para a indústria química, setor responsável pela geração de 2 milhões de empregos e que movimenta US$ 157 bilhões por ano. Além disso, representa 10% do PIB industrial do país, sendo o quarto maior setor industrial da economia brasileira. Em escala global, a indústria química brasileira ocupa o 6º lugar entre as maiores do mundo.

Até esta data, não temos certeza se será assinado um acordo de longo prazo para o fornecimento de nafta, contrato que é fundamental não só para garantir a sustentabilidade atual do setor como para atrair novos investimentos. 

O consumidor brasileiro será muito prejudicado pelo aumento nos preços dos alimentos, medicamentos, dos automóveis, eletroeletrônicos, casas e apartamentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, cosméticos, fraldas descartáveis, e muitos outros produtos essenciais para o dia a dia da população. 

A indústria certamente se fragilizará. O risco é fechar plantas petroquímicas, provocando impactos ainda mais negativos na balança comercial, na geração de emprego e renda e arrecadação fiscal do governo. O fechamento de somente uma das três centrais petroquímicas do Brasil acarretaria perda da ordem de 10 mil empregos diretos e terceiros e 75 mil empregos indiretos. Um volume de recursos da ordem de R$ 3 bilhões sairia de circulação do país. 

Se a indústria química não contar com contratos de matérias-primas de longo prazo com preços competitivos internacionalmente e que minimizem as altas volatilidades de preço do petróleo, ficará inviável manter a opção de produzir no Brasil, bem como atrair novos investimentos. Existem mais de R$ 8 bilhões em investimentos aguardando a solução para esse impasse, e duas empresas já anunciaram a desistência da construção de grandes fábricas no Rio Grande do Sul e na Bahia.

Nos últimos anos, a Petrobras tomou uma decisão unilateral de desviar a nafta petroquímica para cobrir o seu déficit de produção de gasolina, importando a matéria-prima para atender o setor industrial. Esse custo de importação é a conta salgada que a Petrobras planeja transferir ao setor químico.

A petroquímica nacional nasceu em uma época em que o país não tinha abundância em óleo e gás. É totalmente incoerente que, agora que o Brasil está se tornando rico nessas matérias-primas, a política da Petrobras ameace de extinção a indústria química e petroquímica brasileira, jogando fora investimento em tecnologia e recursos humanos.

Convidamos toda a sociedade a se mobilizar em defesa do emprego da indústria química e petroquímica brasileira, setor que poderá efetivamente transformar o Brasil em uma grande potência industrial. 

A hora é agora.