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RAC: Principais índices de produtos químicos apresentam recuo no 1º bimestre de 2015

Quinta-Feira, 26 de Marco de 2015

Principais índices de produtos químicos apresentam recuo no 1º bimestre de 2015 Produção, vendas internas e preços registraram queda no período
A produção e as vendas internas de produtos químicos de uso industrial recuaram 1,68% e 4,75%, respectivamente, nos dois primeiros meses de 2015, em comparação ao mesmo período do ano passado. A parte mais expressiva dessa retração está associada à redução da atividade econômica nacional. Clientes de importantes cadeias, como construção civil, óleo/gás e indústria automobilística, reduziram expressivamente suas operações, com impacto na química, que é fornecedora de praticamente todos os setores industriais. Com menor impacto, ocorreram diversas paradas, programadas ou não, para manutenção, em importantes grupos da amostra. Em igual período, as importações também apresentaram recuo de 3,7%. A queda simultânea na produção e nas importações reforça um cenário preocupante de substituição da demanda de químicos por produtos importados acabados, a ser confirmado nos próximos meses. 
Em fevereiro, o índice de preços caiu 7,46% sobre o mês anterior - terceira queda consecutiva, acumulando recuo nominal de 8,39% nos dois primeiros meses de 2015. O índice de utilização da capacidade instalada ficou em apenas 74% em fevereiro, com resultado de 78% na média do primeiro bimestre.
Nos últimos 12 meses, de março de 2014 a fevereiro de 2015, os índices de produção e de vendas internas apresentaram forte desaceleração: produção cai 4,20% e vendas internas recuam 5,03%. O índice de preços também vem caindo no período recente, com resultados de -1,0% em janeiro e de -7,46% em fevereiro, puxando a variação nominal acumulada de 12 meses para baixo (-7,9%, contra +7,25% no acumulado de janeiro a dezembro de 2014). Descontados os efeitos da inflação (levando-se em consideração o IPA-Indústria de Transformação, da FGV), os preços médios reais do segmento de produtos químicos de uso industrial subiram 2,4% em 2014, mas apresentam forte deflação de 11,2%, no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em fevereiro (resultado de um índice de preços nominal do setor de -7,9% e de um IPA-Indústria de Transformação de +3,7%). Se for utilizado o dólar como deflator, os preços reais estão 25,4% abaixo do que foram nos últimos 12 meses anteriores (e já haviam ficado 5,4% abaixo em 2014, especialmente pela desvalorização do real frente ao dólar). Como a maioria dos produtos químicos são commodities, os preços no mercado interno acompanham as oscilações e flutuações ocorridas no mercado internacional.
Preocupação adicional para o setor decorre do baixo nível de utilização da capacidade instalada, que ficou em 78% na média do 1º bimestre de 2015, índice inferior ao resultado de todo o ano passado, que foi de 79%. Na média dos últimos 12 meses, a utilização está em 79%. Na avaliação da diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, esse ritmo de operação representa uma ociosidade considerada elevada para os padrões de produção da indústria química mundial. “Essa situação acaba forçando as empresas a realizarem mais paradas para manutenção, que geram custos adicionais aos processos de produção”. Ainda de acordo com Fátima Giovanna, para alcançar um nível dentro do padrão, as unidades devem operar entre 87 e 90% de sua capacidade.
Apesar dos resultados negativos da atividade industrial, o consumo aparente nacional (CAN), importante medida da demanda nacional por produtos químicos, registrou alta de 0,6% nos últimos 12 meses, até fevereiro de 2015, na comparação com os 12 meses anteriores. A participação das importações sobre o CAN atingiu 35,5%, nesse período, mostrando que além de se aproveitarem do crescimento da demanda, as importações também estão ocupando, cada vez mais, um espaço que antes era destinado ao produtor nacional. Nos últimos 12 meses, o volume importado dos produtos amostrados no RAC subiu 7,4%. De 1990 a 2014, a taxa anual de crescimento do CAN foi de 3,6%, enquanto a da produção subiu 2,1% a.a., a das vendas externas 2,1% a.a. e a das importações 11,2% a.a., quase três vezes mais do que o aumento do CAN. 
A diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, argumenta que o setor químico carece de ações urgentes, de curto prazo, que estimulem as plantas a operar em nível maior de utilização da capacidade, além de medidas estruturantes de longo prazo, que possam atrair novos investimentos e efetivamente fazer com que as oportunidades de investimentos existentes possam transformar-se, definitivamente, em realidade. “Serão necessárias medidas em curto e médio prazos como a adoção de uma política para o uso do gás natural como matéria-prima, gás para fins energéticos mais competitivo, além da segurança no fornecimento da energia elétrica e tarifa mais atrativa para a produção industrial”.