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Vendas internas de produtos químicos caem 21,6% nos dois últimos meses de 2014

Quinta-Feira, 29 de Janeiro de 2015

Produção sofre redução, enquanto importações sobem e ocupam 35,6% da demanda local em 2014.

Utilização da capacidade instalada da indústria química brasileira atinge, em 2014, menor índice em sete anos e fica abaixo do nível considerado mínimo para operação.

O último trimestre do ano passado teve resultados negativos em relação aos índices de desempenho de vendas internas e de produção no segmento de químicos de uso industrial, conforme informações preliminares da Equipe de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). No final do ano, o volume de vendas internas teve recuo acentuado, com redução de 8,33% em novembro e de 14,50% em dezembro, ambos sobre os meses anteriores, acumulando retração de 21,6% apenas nos últimos dois meses do ano. Na opinião da diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, apesar da sazonalidade, típica de final de ano no setor, chama a atenção o fato de que os dados do quarto trimestre de 2014, sobre os de igual período de 2013, tiveram recuo expressivo. Nessa comparação, a produção caiu 0,65% e as vendas internas, 4,03%. Nos últimos três meses do ano, no entanto, as importações exibiram elevação de 4,8%, ocupando parte expressiva da demanda por produtos químicos, que cresceu 0,6%. 

Analisando-se o ano de 2014, o Consumo Aparente Nacional – CAN (produção mais importação menos exportação), importante medida da demanda interna, cresceu 0,8%, enquanto as variáveis inseridas nesse cálculo tiveram o seguinte desempenho: produção caiu 4,5%, exportações subiram 1,4% e volume importado teve crescimento de 9,3%. Com esses resultados, a participação dos produtos importados sobre a demanda local foi de 35,6% em 2014, maior porcentual desde o início da série analisada pela Abiquim. De acordo com Fátima Giovanna, o aumento da participação do produto importado sobre o consumo interno de produtos químicos está relacionado não só à perda de competitividade da indústria química brasileira, mas também ao fato de que o mercado externo encontra-se com excedentes. “De um modo geral, a atividade econômica vem apresentando resultados muito aquém do que se esperava e as principais cadeias demandantes de produtos químicos não têm tido uma boa performance. Deve-se acrescentar que algumas importações, que são frutos dos excedentes mundiais, estão sendo comercializadas a custos marginais, desalinhando a oferta e os preços de diversos produtos, dificultando as exportações”, analisa a diretora da Abiquim.

No que se refere ao índice de utilização da capacidade instalada, a taxa média de ocupação de todo o ano passado ficou em 79%, três pontos abaixo do ano anterior e, pela primeira vez em sete anos, abaixo dos 80%, nível considerado mínimo para operação de uma planta química. “Tal fato traz preocupação, especialmente porque a maioria das empresas opera em processo contínuo e deveriam estar utilizando entre 87 e 90% da sua capacidade instalada”, lamenta Fátima Giovanna. 

Com relação ao cenário de insegurança no fornecimento de energia para a indústria, a especialista lembra que o setor químico tem elevada dependência do fornecimento de energia e de matérias-primas, o que explica boa parte da baixa dinâmica de 2014. “A manutenção, nos níveis atuais, da desoneração de PIS/Cofins sobre a compra de matérias-primas da primeira e da segunda geração é muito importante para dar fôlego ao setor em um período de transição, enquanto não se resolvem problemas mais estruturantes e de longo prazo. Todavia, outras questões precisam ser solucionadas, dentre as quais a redução do custo da energia – tanto a elétrica quanto o gás –, além da melhora na segurança do seu fornecimento, a adoção de uma política para o gás natural utilizado como matéria-prima, questões de logística, que encarecem o produto nacional, anulando, muitas vezes, o esforço das empresas na busca de ganhos de eficiência”. Fátima Giovanna também lembrou a necessidade de atração por novos investimentos, que, no médio e no longo prazos, aproveitem as oportunidades de que o País dispõe para se agregar valor à riqueza de recursos naturais, melhorando a pauta brasileira de exportações.



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