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Demanda por produtos químicos cresce 7,2% em 2013, enquanto produção tem alta de 1,67%

Sexta-Feira, 31 de Janeiro de 2014

O consumo aparente nacional, que mede a demanda nacional por produtos químicos, registrou elevação de 7,2% em 2013, em relação ao ano anterior, conforme dados preliminares. A se confirmar a expectativa de crescimento do PIB para o ano passado, a elasticidade da demanda por produtos químicos, sobre o PIB, terá sido superior a três. O índice de quantum da produção do segmento de produtos químicos de uso industrial também fechou 2013 com crescimento. Todavia, a variação foi menor, de 1,67%, na comparação com o ano anterior, também conforme dados preliminares. Apesar de positivo, esse desempenho poderia ter sido bem melhor não fosse o atípico resultado verificado entre agosto e outubro do ano passado, ocasião em que houve recuo acumulado de 10,3% no índice de produção, em decorrência do apagão de energia no Nordeste e da parada programada para manutenção no pólo petroquímico de Camaçari, na Bahia.

Em 2013, a produção subiu 1,67%, as exportações caíram 7,9% e o volume importado teve crescimento de 17,7%, apesar da desvalorização do real. Nos últimos anos, todo o crescimento da demanda interna nacional tem sido atendido por elevações no volume importado de produtos químicos. Além disso, o segmento não tem conseguido elevar suas exportações. Como os produtos químicos estão na base de praticamente todas as cadeias industriais, seu efeito multiplicador é expressivo na economia.

No que se refere à capacidade instalada, a taxa média de ocupação de todo o ano passado ficou em 82%, um ponto acima daquela verificada no ano anterior. Esses resultados evidenciam a elevada ociosidade no segmento, pois a maioria das empresas deveria estar operando acima de 87-90%. Em relação ao índice de vendas internas, os resultados também são positivos, com elevação de 0,56% em 2013, sobre o ano anterior. No entanto, desde agosto, as taxas de crescimento do acumulado do ano estão em declínio (de janeiro a julho, por exemplo, a elevação no índice de vendas era de 3,25%). O índice de preços fechou o ano passado com elevação nominal de 7,80% (acumulado de janeiro a dezembro). Na comparação com a média de 2012, os preços médios de 2013 estão 11,45% maiores. 

Com relação aos dados do último bimestre do ano passado, vale ressaltar que o segmento retomou a produção de normalidade, apresentando índices com resultados positivos de +5,35% em novembro e +7,67% em dezembro, em relação aos meses imediatamente anteriores. Essa melhora está refletida também no índice de utilização da capacidade instalada, que fechou o mês de dezembro em 85% na média, melhor nível operacional de todo o ano passado. Em razão da sazonalidade, típica do segmento nessa época do ano, o índice de vendas teve recuo de -0,89% em novembro e -9,71% em dezembro. Após dois meses consecutivos de deflação, o índice de preços registrou alta de 1,68% em dezembro.

Para a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, a desoneração de PIS/Cofins sobre a compra de matérias-primas é um ponto importante, apesar de não suficiente para reverter a situação. “Outras questões precisam ser solucionadas, dentre as quais a redução do custo da energia, tanto a elétrica quanto o gás, além da melhora na segurança do seu fornecimento. Questões de logística também encarecem o produto nacional, anulando, muitas vezes, o esforço das empresas na busca de ganhos de eficiência. Mas, um dos pontos mais urgentes, que ainda carece de uma solução, é o da adoção de uma política para o gás natural utilizado como matéria-prima”, afirma Fátima. Na opinião da diretora, a solução dessa questão poderá reduzir a ociosidade atual das plantas que utilizam gás como matéria-prima, além de possibilitar a atração por novos investimentos, que terão impacto sobre a melhora no saldo da balança comercial de produtos químicos no médio e no longo prazos.