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Abiquim defende ciência e equilíbrio em debate sobre banimento de plásticos em Brasília
Terca-Feira, 16 de Setembro de 2025
Diante da proposta de banimento de diversos tipos de plásticos prevista no PL 2524/2022, a Abiquim apresentou ao relator do projeto, senador Otto Alencar (PSD/BA), as preocupações e propostas da indústria. O encontro, realizado no dia 9 de setembro, em Brasília, destacou a importância de soluções baseadas em ciência e inovação, capazes de garantir sustentabilidade sem comprometer empregos, competitividade e aplicações essenciais do plástico.
Propostas para uma economia circular
A Abiquim defendeu que políticas públicas sejam orientadas por instrumentos como a análise de ciclo de vida e a aplicação de uma árvore de decisão, permitindo avaliar riscos ambientais, circularidade e valor social de cada aplicação. Esse modelo preserva usos fundamentais — como embalagens de alimentos, vacinas e transporte — e reduz aplicações descartáveis ou substituíveis.
A entidade também ressaltou a importância da responsabilidade compartilhada e da logística reversa, associadas a mecanismos de financiamento que promovam inclusão social, valorizem o setor informal e incentivem tecnologias como a reciclagem química. Entre as iniciativas já em curso, destacou-se o Operation Clean Sweep®, programa global de prevenção à perda de pellets plásticos no meio ambiente, que conta com representação brasileira sob a licença da Abiquim.
Segundo o presidente-executivo da entidade, André Passos Cordeiro, a indústria química brasileira é referência internacional em sustentabilidade: “Nossa matriz energética é 83% renovável e nossas emissões de dióxido de carbono são cerca de 50% menores que as de concorrentes globais. Onde há inovação, há química. Onde há desenvolvimento, há química. O setor é fundamental para a economia nacional e para a transição sustentável”.
Impactos econômicos e necessidade de equilíbrio
A Abiquim chamou atenção para os impactos do banimento amplo de plásticos e para as oportunidades que o país pode perder caso não avance em uma política nacional de economia circular. “Sem essa política, as perdas podem chegar a R$ 177 bilhões na petroquímica, R$ 71 bilhões na indústria do plástico e R$ 2,2 bilhões na reciclagem, além de meio milhão de empregos comprometidos em toda a cadeia produtiva”, alertou André Passos.
A indústria química responde por mais de 10% do PIB industrial, com 50 mil empregos diretos, enquanto o setor de plásticos representa 3,6% do PIB industrial, com faturamento superior a R$ 120 bilhões e mais de 360 mil empregos. A reciclagem, por sua vez, movimenta quase R$ 4 bilhões e envolve milhares de trabalhadores formais e informais.
Para a Abiquim, medidas simplistas, como restrições indiscriminadas, podem comprometer competitividade, investimentos e empregos. “O caminho é equilibrar aspectos ambientais, sociais e econômicos, com incentivo à inovação e à reciclagem”, reforçou o executivo.
Status do PL 2524/2022
O Projeto de Lei 2524/2022 foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais, encontra-se na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, sob relatoria do senador Otto Alencar, e ainda deverá ser apreciado pela Comissão de Meio Ambiente. A Abiquim continuará acompanhando a tramitação e defendendo propostas que promovam a economia circular, evitem perdas ambientais e assegurem a competitividade da indústria e do país.