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Haddad recebe setor químico em apresentação de plano para recuperar indústria
Segunda-Feira, 25 de Agosto de 2025
Encontro em São Paulo teve como foco as discussões sobre o Programa Especial
de Sustentabilidade da Indústria Química, que deve injetar até R$ 112 bi na economia
Em um movimento que sinaliza a busca por medidas estruturantes para a indústria, representantes do setor químico e de movimentos sindicais se encontraram com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última sexta-feira (22), em São Paulo (SP), para uma audiência-chave. O encontro teve como objetivo central apresentar o cenário econômico do segmento e apresentar o PL 892/25, que institui o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (PRESIQ) – a proposta de autoria do deputado Afonso Motta (PDT/RS) tramita na Câmara dos Deputados em regime de urgência.
O tom da apresentação do setor produtivo foi de urgência, mas com um aceno positivo às ações recentes do governo. A indústria química, que é uma das três maiores pagadoras de tributos federais e a segunda com os melhores salários do país, aumentou a arrecadação do governo em R$ 5,8 bilhões em 2024 com a volta do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). A adoção de mecanismos para defesa comercial também foi elogiada, com a inclusão de produtos químicos na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum em 2024, o que ajudou a coibir a entrada agressiva de importados e reaquecer a indústria nacional.
A reunião contou com a presença do Presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro; do Vice-presidente de operações e conformidade da Abiquim, Yhebert Gouveia Afonso; do Gerente de Relações Institucionais da Abiquim, Marcelo Pimentel; do presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ) da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Geralcino Teixeira; e do presidente do Secretário-geral da Secretaria Nacional dos Químicos (SNQ/Força Sindical), Herbert Passos Filho. Pelo Ministério da Fazenda, além do ministro, participaram o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello; o Secretário Especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas; e o Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
O cenário da indústria x Presiq
Apesar dos avanços, o setor enfrenta um cenário desafiador, afirma André Passos. A indústria opera com apenas 64% de sua capacidade produtiva, o menor nível da história, e registrou um déficit de US$ 48,7 bilhões na balança comercial em 2024. A concorrência é classificada como desleal, com importações que chegam ao Brasil com subsídios maciços e preços artificialmente baixos. A participação de produtos químicos importados no mercado brasileiro saltou de 21% em 2000 para 49% em 2024. “Além disso, o preço do gás natural também emperra o desenvolvimento do setor”, completa o Presidente-executivo da Abiquim.
Para reverter esse quadro, o Presiq busca combinar estímulos fiscais com metas claras de sustentabilidade, atuando em dois eixos principais: um industrial, para manutenção da indústria de base, e outro de investimento, com créditos financeiros para modernização e descarbonização. Os benefícios esperados são ambiciosos: até 2029, o programa pode gerar um impacto positivo de R$ 112 bilhões no PIB, criar 1,7 milhão de empregos diretos e indiretos e gerar uma arrecadação adicional de R$ 65,5 bilhões em tributos. O programa também prevê a meta de operar a indústria com até 95% da capacidade instalada e reduzir em 30% as emissões de carbono por tonelada produzida.
Compromisso da Fazenda
Ao final da audiência, Fernando Haddad disse que o ministério sempre teve atenção com a indústria e se comprometeu a realizar um estudo técnico aprofundado sobre o PRESIQ. A decisão visa preparar o debate futuro sobre a proposta. Uma nova reunião deve acontecer em breve, em Brasília.