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Abiquim marca presença no ‘Brasil 2030: Crescimento, Resiliência e Produtividade’ e reforça papel da indústria química
Terca-Feira, 19 de Agosto de 2025
Entidade defende medidas de apoio, políticas industriais sólidas, acesso a gás natural
E consumo consciente para estimular a química verde
No dia 18 de agosto, a Abiquim participou do evento “Brasil 2030: Crescimento, Resiliência e Produtividade”, realizado no Tivoli Mofarrej São Paulo Hotel, em São Paulo. Organizado pelo Financial Times Live e pela Times Brasil | CNBC, o encontro reuniu líderes empresariais, executivos e autoridades para debater os caminhos do desenvolvimento sustentável do país. A abertura contou com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que destacou a importância de políticas voltadas à inovação e competitividade, além da expectativa de assinatura do acordo Mercosul-União Europeia até o início de 2026.
Indústria química no centro da transição sustentável
No painel “Fazendo negócios em um Brasil em transformação: Inovação, Diversificação e Competitividade”, o presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, ressaltou que, apesar dos desafios de custos elevados e da necessidade de políticas públicas robustas, a indústria química brasileira tem papel estratégico no crescimento sustentável do país. “O Brasil é o quarto maior mercado químico do mundo, atrás apenas de China, Estados Unidos e Alemanha. Esse tamanho mostra o potencial de crescimento que temos”, afirmou.
Passos chamou atenção também para os impactos do chamado tarifaço, lembrando que a disputa comercial global impõe obstáculos adicionais à indústria nacional. “Estamos diante de uma competição extremamente acirrada, marcada por tarifas que prejudicam nossa competitividade. Para enfrentar esse cenário, o Brasil precisa recuperar instrumentos de defesa comercial e implementar medidas de apoio transitório, que deem fôlego às empresas nacionais”, destacou.
Ele reforçou que o setor já é referência em sustentabilidade: “A indústria química brasileira é a mais sustentável do planeta, com cerca de 80% de sua matriz energética baseada em fontes renováveis. Além disso, nossas empresas investiram fortemente em descarbonização, redução de emissões e uso de matérias-primas renováveis, como biomassa e etanol”. Para o executivo, ampliar a competitividade exige também acesso a gás natural, infraestrutura adequada e políticas que viabilizem a transição para um modelo de produção mais circular e menos emissor.
Consumo consciente pode impulsionar a química verde
No painel “IA, Tecnologia e Infraestrutura: Construindo a Próxima Plataforma de Crescimento do Brasil”, Daniela Manique, CEO do Grupo Solvay para América Latina e presidente do Conselho Diretor da Abiquim, destacou que a empresa já possui processos capazes de produzir todos os derivados de nafta de forma totalmente verde. Segundo ela, no entanto, esse modelo ainda custa de duas a seis vezes mais do que a produção tradicional, o que torna a viabilidade econômica o grande desafio.
A executiva defendeu que o consumo consciente pode ser um motor para essa mudança. Ela sugeriu a ampliação do uso de selos informativos semelhantes aos de eficiência energética dos eletrodomésticos, aplicados a uma gama maior de produtos. “Se o consumidor tivesse clareza sobre o impacto ambiental, poderia optar por itens mais sustentáveis. Por exemplo, poderia saber que um fio têxtil brasileiro tem 50% menos poliamida que o importado. Essa consciência pode aumentar as vendas e ajudar a massificar e baratear as produções”, explicou.
Manique também ressaltou como a inteligência artificial tem sido utilizada pelo grupo para otimizar processos, como na manutenção preditiva das fábricas, reduzindo o consumo de matérias-primas e aumentando a eficiência. Por fim, destacou a importância da segurança jurídica e de programas de longo prazo que deem estabilidade ao setor químico, lembrando que ele é a base de diversas cadeias produtivas estratégicas para o Brasil.