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Abiquim e lideranças debatem o futuro da indústria química nacional
Segunda-Feira, 26 de Maio de 2025
A transição para um modelo produtivo sustentável ganha força no Brasil com a proposta do Projeto de Lei 1874/2022, que institui a Política Nacional de Economia Circular, em trâmite no Congresso Nacional. Rompendo com o tradicional ciclo linear de extração-produção-consumo-descarte, a iniciativa busca fomentar práticas que
No dia 21 de maio de 2025, a Abiquim participou do evento Brasil 2030: Perspectivas de Desenvolvimento, promovido pelo Times Brasil – Licenciado Exclusivo da CNBC, em Brasília. O encontro, que reuniu importantes lideranças políticas e empresariais, teve como objetivo principal impulsionar o debate sobre o crescimento e a inovação da indústria brasileira, com foco nas estratégias necessárias para aumentar a competitividade e garantir a sustentabilidade do setor, em especial a indústria química.
O primeiro painel do evento abordou os vetores de crescimento sustentável, os desafios institucionais e a atração de investimentos. André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, ressaltou a indústria química como a base de todas as cadeias produtivas, destacando o cenário geopolítico, a logística e a tributação como grandes desafios. Passos destacou que as oscilações nos custos de frete internacional afetam a competitividade, e a tributação é um fator crucial, citando como grandes potências concedem incentivos às suas indústrias químicas. Ele defendeu a necessidade de programas de incentivo no Brasil, relembrando o sucesso do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) e lamentando sua "desidratação", que impactou negativamente a produção e a arrecadação.
Além disso, o presidente da Abiquim enfatizou a urgência de resolver o problema do acesso a matéria-prima competitiva, com foco na oferta e preço do gás. Por fim, ele reforçou a importância de intensificar as políticas de competitividade e destacou o Projeto de Lei 892/2025 (Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química - PRESIQ) como um passo fundamental para o fortalecimento da indústria nacional.
Daniela Manique, CEO América Latina & Presidente da Unidade Global de Negócios Rhodia e Presidente do Conselho-diretor da Abiquim, expressou preocupação com a baixa capacidade de operação das fábricas de indústria química e insumos básicos no Brasil (próxima de 60-65%). Ela enfatizou a importância essencial de manter a competitividade e garantir o acesso a matérias-primas. Manique também destacou o potencial do Brasil na Química Verde, impulsionado por seus recursos naturais e pioneirismo. Ela ressaltou que laboratórios brasileiros já desenvolvem produtos de referência mundial em sustentabilidade, como solventes verdes e materiais de baixo carbono. A CEO argumentou que o Brasil pode se tornar uma referência global em produção sustentável, com menor impacto ambiental e conexão com o crescimento do agronegócio, e defendeu que programas de incentivo à sustentabilidade são essenciais para agregar valor, fomentar inovação e pesquisa, e gerar empregos de alta qualidade.
Reinaldo Kröger, vice-presidente da Innova, sublinhou o papel transversal da indústria química na produção de insumos essenciais para diversos setores e nos avanços em áreas como hidrogênio e eteno verde, além da importância vital de regimes de incentivos para sua modernização e sustentabilidade, lembrando que o setor químico representa 11% do PIB industrial. Já o senador Efraim Filho enfatizou a importância de criar um ambiente legislativo que aumente a competitividade da indústria nacional, combatendo o custo Brasil, a excessiva carga tributária e, principalmente, a insegurança jurídica, que ele considera o maior obstáculo ao investimento. Ele destacou a relevância de instrumentos legislativos e regulatórios estratégicos, como o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (PESIQ), para fortalecer a indústria brasileira em um cenário de tensões comerciais e garantir a competitividade e segurança econômica do país.
O Brasil na Nova Ordem Econômica Global
O segundo painel discutiu o papel do Brasil na nova ordem econômica global, com foco em inovação, comércio internacional e sustentabilidade. O economista Luciano Coutinho classificou o cenário atual como uma verdadeira guerra industrial, alertando para a urgência de o Brasil reagir rapidamente para evitar a desindustrialização de setores estratégicos. O deputado federal Júlio Lopes elogiou o PL 892/2025 (PRESIQ) e sua importância para a manutenção de empresas e a geração de renda, destacando o potencial de alavancar até R$ 115 bilhões no PIB.
O deputado federal Afonso Motta, presidente da Frente Parlamentar da Química e autor do PL 892/2025, ressaltou que o efeito econômico gerado pela indústria química só pode ser enfrentado com articulação política alinhada à realidade social. Ele argumentou também que os incentivos à indústria devem ser vistos como investimento, não custo, e que a superação dos desafios exige visão estratégica e compromisso com um novo patamar de desenvolvimento industrial. Ricardo Capelli, presidente da ABDI, apontou a necessidade de consolidar uma política industrial como política de Estado, capaz de sobreviver às mudanças de gestão. Como exemplo de política de Estado bem-sucedida, citou o Plano Safra, que é mantido independentemente da alternância de governos.
Por fim, Roberto Ramos, presidente da Braskem, defendeu a manutenção de estímulos e subsídios à cadeia petroquímica nacional, alertando para a perda de competitividade e o risco de desaparecimento do setor sem uma ação governamental firme. Defendeu ainda a aposta no etanol como matéria-prima estratégica para o futuro da petroquímica brasileira, destacando a liderança do país na produção de resina verde.
Apoio parlamentar e a relevância do PL 892/2025
Hugo Motta, Presidente da Câmara dos Deputados, destacou a importância de fortalecer a industrialização no Brasil, defendendo que o país evolua de um exportador de commodities para um exportador de produtos com valor agregado. Segundo ele, esse cenário contribuirá para uma melhor distribuição de renda e empresas. Motta vê o parlamento como o local ideal para realizar os ajustes industriais necessários. Ele reforçou seu compromisso com o diálogo junto ao setor produtivo e classificou a agenda de fortalecimento industrial como a prioridade para o país, buscando um Brasil que se desenvolve economicamente e oferece oportunidades para todos.