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Abiquim Entrevista - Francisco Fortunato, presidente do Grupo OCQ

Segunda-Feira, 26 de Maio de 2025



Abiquim Informa: Quais o Sr. considera serem os principais marcos da sua trajetória profissional?

Francisco Fortunato: Comecei vendendo. Mas não eram produtos químicos. Vendia elásticos para confecções no bairro do Brás (São Paulo, SP) a fim de custear a faculdade de Engenharia Química. Foi ali que ganhei minha primeira oportunidade: um colega me convidou para trabalhar na área Comercial, no ramo químico, para vender soda cáustica. Foi minha primeira escola no segmento.

 

A criação da OCQ, em 1984, veio com a ideia de suprir uma demanda existente no mercado por adesivos especiais, especialmente para a área têxtil. A partir daí, minha história profissional mistura-se com a trajetória da empresa, com inúmeros marcos importantes. Vou tentar destacar alguns.


Nos anos 90, instalamos o primeiro reator da OCQ para fabricar nossa própria resina. Foi um grande avanço. Depois posso citar a expansão com o segundo reator (meados de 1993) para produzir resinas acrílicas, consolidando a liderança da companhia no segmento. Nos anos 2000, veio a Vetta Química, para otimizar a distribuição de produtos separando esta operação da produção da OCQ.

 

Com a fundação da Brisco em 2005, agregamos especialização na linha de estirênicos. Neste cenário de crescimento e novas aquisições, acumulei o papel de acionista, além de executivo, aprendendo a diferenciar e atuar nestes papéis. Depois, veio a abertura de uma filial da Brisco nos Estados Unidos, um marco na expansão internacional.

 

Nos últimos anos, tenho enriquecido ainda mais o meu conhecimento no setor com participação ativa em grandes feiras como a ABRAFATI e entidades como a ABIQUIM.

 

Um dos maiores marcos, em 2023, é a integração da Elekeiroz ao Grupo OCQ, agregando os petroquímicos e os inorgânicos, como o ácido Sulfúrico, a nossa cadeia produtiva. Por último, o marco mais recente, ainda este ano: a joint-venture com a indiana Thermax para produção de resinas acrílicas e expansão no mercado asiático.

Todas estas aquisições e tantas outras ampliaram e ampliarão os horizontes de nosso negócio.

 

AI: Na sua visão, como o setor químico pode evoluir em direção a uma química sustentável?

FF: Vejo que a indústria química está com investimentos direcionados para soluções sustentáveis. O Grupo OCQ acredita no valor e no potencial desta vertente, principalmente aqui no Brasil, onde somos privilegiados em matérias-primas naturais. Porém, vejo que, para gerar ainda mais valor em sustentabilidade, precisamos pensar em viabilidade, pois o segmento químico está navegando águas turbulentas e encontrando verdadeiros obstáculos relacionados ao custo Brasil, por exemplo o alto preço do gás, e o difícil cenário tarifário.

 

AI: Como avalia as contribuições da Abiquim para o desenvolvimento do ambiente de negócios da indústria química nos últimos anos?

FF: Sem a Abiquim, a indústria química no Brasil não teria como se movimentar e se posicionar da forma como é hoje. A associação consegue manter o bloco unido com maestria e lutar pelos interesses comuns do setor. Com um forte movimento junto ao governo, evidencia as perdas da cadeia de valor diante do cenário geográfico de tarifas, conduzindo um robusto trabalho de negociação.

 

AI: Que mensagem relevante e estratégica do Grupo OCQ gostaria de destacar para os nossos leitores?

FF: Nossa visão diz que “O mundo desafia, nós criamos”. Desde o início de nossa história foi assim e o futuro não será diferente. Com toda a turbulência econômica, as velozes mudanças dos mercados, as novas tendências e necessidades da sociedade e do planeta seguimos com os olhos abertos às oportunidades. Para os colegas do segmento, que possamos seguir em um reto caminho pelo desenvolvimento da indústria química brasileira.