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Artigo: Como o Brasil pode ser mais competitivo e sustentável com a Política Nacional de Economia Circular

Terca-Feira, 20 de Maio de 2025

Por André Passos Cordeiro

 

A transição para um modelo produtivo sustentável ganha força no Brasil com a proposta do Projeto de Lei 1874/2022, que institui a Política Nacional de Economia Circular, em trâmite no Congresso Nacional. Rompendo com o tradicional ciclo linear de extração-produção-consumo-descarte, a iniciativa busca fomentar práticas que minimizem impactos ambientais e otimizem o uso de recursos. Em um amplo consenso, o Fórum Nacional de Economia Circular, composto por 36 representações de ministérios, agências nacionais, instituições públicas e setores empresarial e sindical, declarou apoio à aprovação da matéria.

 

O Brasil avança na transformação de resíduos em recursos valiosos, incentivando tecnologias e processos que viabilizem a reciclagem e a criação de novos produtos a partir de materiais reutilizáveis. Em vez de um fluxo linear, o modelo circular propõe ciclos regenerativos, onde os insumos são reaproveitados colaborando para o desenvolvimento sustentável, reduzindo os impactos ambientais e desperdícios. Essa abordagem prioriza a reutilização e a reinserção eficiente de materiais na cadeia produtiva, prolongando sua vida útil e promovendo um desenvolvimento mais sustentável.

 

O segmento da química é provedor de soluções para quase todos os setores industriais, como agricultura, construção civil, setor automotivo, eletroeletrônicos e serviços de saúde. Está sempre desenvolvendo e difundindo produtos sustentáveis que ajudam a preservar o planeta e melhorar a qualidade de vida e a longevidade da população.

 

Na indústria química, essa mudança implica em repensar a fabricação, o uso e o descarte de materiais. Sendo fornecedora essencial para setores como a agricultura, a construção civil, o automotivo e a saúde, essa indústria tem um papel estratégico na criação e disseminação de soluções sustentáveis que preservem o meio ambiente e contribuam para a qualidade de vida da população.

 

Para que essa transformação ocorra é essencial avaliar de ciclo de vida dos materiais, mensurando seus impactos ambientais e potencial de reciclagem. Esse diagnóstico vem de uma gestão mais eficiente e baseada em evidências, garantindo decisões sustentáveis.


O setor químico propõe algumas ações que contribuem para que a economia circular funcione na prática. Primeiro, precisamos pensar no design para circularidade, levando em conta aspectos produtivos como menor consumo de recursos, durabilidade do produto, possibilidade de manutenção, e facilidade de recuperação ou reciclagem. Também é necessário considerar a extensão da vida útil dos produtos por meio da manutenção conserto e reutilização. Isso contribui para a retenção de valor preservando ao máximo a função de um produto, ou mesmo mantendo o produto em condições de uso, aumentando sua durabilidade. Já para aqueles recursos considerados não recuperáveis e que chegam ao fim de sua vida útil, existe um conjunto de diferentes tecnologias de reciclagem que evitam a disposição final em aterros. A reciclagem tem um papel essencial para minimizar a necessidade de novas matérias-primas.

 

O PL 1874/2022 recebeu um pedido de urgência do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e conta com o apoio do Poder Executivo Federal. Sua aprovação representa uma oportunidade única de colocar o Brasil na vanguarda global da sustentabilidade. Além dos benefícios ambientais, a Política Nacional de Economia Circular impulsiona inovação, reduz desperdícios e fortalece a competitividade do país em um mercado internacional cada vez mais exigente.

 

A economia circular tornou-se uma das principais prioridades da sociedade contemporânea, especialmente na indústria química, que busca soluções alternativas para promover a sustentabilidade e enfrentar os desafios ambientais globais.

 

Ao avançar com esta iniciativa, o Brasil reafirma seu compromisso com as metas do Acordo de Paris e com as recomendações da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, consolidando-se como um protagonista na busca por soluções sustentáveis. Em um ano marcado pela COP 30, este é o momento de construir um legado responsável para futuras gerações.

 

Para acompanhar o artigo que foi publicado no Poder 360, clique aqui