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Abiquim Informa Entrevista: Daniela Manique, CEO do Grupo Solvay na América Latina, Presidente Global da Unidade de Negócios Coatis e Presidente de Conselho Diretor da Abiquim

Terca-Feira, 29 de Abril de 2025

Foto: Grupo Solvay/Divulgação

 

Abiquim Informa: O que você considera como principais marcos da sua trajetória profissional?

Daniela Manique: Minha jornada na Rhodia começou há 20 anos e, mais tarde, em 2011, a empresa se tornou parte da Solvay. Ao longo desses anos, tive a oportunidade de liderar diversas áreas da empresa, tanto no Brasil quanto no exterior. Desde 2018, assumi a Presidência do Grupo Solvay na América Latina, um desafio que permitiu expandir minha visão e contribuir para o crescimento sustentável da empresa na região. Além disso, acumulo a Presidência da Unidade Global de Negócios Coatis, onde lidero as áreas de fenol, derivados, solventes oxigenados e poliamida e fibras.

 

Em 2023, fui eleita Presidente do Conselho Diretor da Abiquim. Acredito que, como a primeira mulher a ocupar esse cargo nos 60 anos de história da entidade, essa posição não só me permite trabalhar em prol do desenvolvimento da indústria química brasileira, buscando competitividade, inovação e sustentabilidade, mas também pode servir de inspiração para que mais mulheres ingressem nesse universo mágico que é a química.

 

Ao longo da minha carreira, também tive a honra de receber importantes reconhecimentos, que divido com o time fantástico que caminha ao meu lado e tornou-os possíveis, como o Prêmio Executivo de Valor do Jornal Valor Econômico e as comendas de Comandante da Ordem da Coroa da Bélgica e, nas últimas semanas, da Ordem de Leopoldo, também da Coroa da Bélgica.


Minha formação em Engenharia Química pela FEI, complementada por pós-graduação em Administração de Empresas pela FGV, MBA em Negócios pela FEA/USP e especializações em Estratégia pelo Insead e em Indústria do Petróleo pela Universidade de Oxford, me proporcionou uma base sólida para enfrentar os desafios do setor.

 

AI: Na sua visão, como o setor químico pode evoluir para uma química sustentável?

DM: Acredito que a química sustentável é o futuro da nossa indústria e, mesmo em momentos desafiadores para o setor, como o que enfrentamos agora, não podemos negligenciar esse valor. Por isso, a busca por soluções que diminuam o impacto ao meio ambiente deve sempre estar atreladas à competitividade. Na Solvay, estamos comprometidos em criar valor compartilhado sustentável para todos os nossos stakeholders, por meio do nosso programa For Generations, que estabelece metas transparentes para a descarbonização, a preservação da biodiversidade, a equidade de gênero e as ações sociais.

 

Além disso, para que a sustentabilidade seja realmente eficaz, é fundamental conectar toda a cadeia de produção, desde os fornecedores até o consumidor final. Isso significa trabalhar em colaboração com parceiros para garantir que as práticas sustentáveis sejam adotadas em todas as etapas do processo, desde a extração de matérias-primas até a entrega do produto final.

 

Um exemplo prático lançado na última semana é a parceria da Rhodia com a Transportes Cavalinho. Essa iniciativa visa renovar a frota de veículos que utilizam combustíveis fósseis por biometano. O projeto contemplará a frota responsável por atender a sede da empresa em Paulínia, SP, que produz 1,2 milhão de toneladas de produtos químicos anualmente. As operações terão início em 2026, com a inserção de vinte veículos para rodarem com biometano. Até o fim de 2030, serão totalizados sessenta deles, com autonomia para percorrer até 650 quilômetros.

 

Essa ação demonstra como a colaboração entre empresas pode gerar soluções inovadoras e sustentáveis para o transporte de produtos químicos, um setor crucial para a nossa indústria. Além disso, mostra o compromisso da Rhodia em buscar alternativas que reduzam o impacto ambiental de suas operações.

 

AI: Como você avalia as contribuições da Abiquim para a evolução do ambiente de negócios da indústria química nos últimos anos?

DM: A Abiquim desempenha um papel fundamental na representação e defesa dos interesses da indústria química brasileira. Acredito que a Associação tem contribuído para a evolução do ambiente de negócios, promovendo a competitividade, a inovação e a sustentabilidade do setor. Como Presidente do Conselho Diretor, meu objetivo é fortalecer ainda mais a representatividade da Abiquim e trabalhar em conjunto com os associados para superar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam.

 

AI: O que você gostaria de destacar como mensagem relevante e estratégica da Solvay/Rhodia?

DM: Na Solvay, acreditamos que a química é essencial para um futuro sustentável. Nossos 'químicos essenciais' estão no centro de soluções inovadoras que atendem às necessidades da sociedade. Nosso objetivo é manter a liderança de mercado, fornecendo uma gama diversificada para diversos mercados finais que apoiem nossa visão.

 

Com mais de 160 anos de ciência pioneira, investimos em inovação e reinvenção de processos, comprometidos em aperfeiçoar a química essencial para as gerações futuras. A chave para o sucesso de nossa estratégia reside em dois habilitadores: um time qualificado e engajado, e nossa cultura de apoio à mudança; com um novo modelo operacional mais simples, eficiente em custos e sustentável.


Regionalmente, a Rhodia Brasil é uma operação significativa para o Grupo, com um histórico de fluxos de caixa sustentáveis e posição de destaque na descarbonização da indústria química brasileira. Já atingimos 95% de redução de gases de efeito estufa (escopos 1 e 2) e nossa meta é zerar até 2030. Além disso, nossa planta industrial em Paulínia possui o certificado ouro do Wildlife Habitat Council (WHC) pelo nosso trabalho de preservação da biodiversidade. É dessa planta que saem inovações à base de fontes renováveis e com baixa emissão de carbono.