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Abiquim rebate argumento sobre impacto das embalagens plásticas na inflação

Quarta-Feira, 05 de Fevereiro de 2025

“É leviano e irresponsável afirmar que os alimentos estão mais caros por conta de um suposto aumento no preço do plástico utilizado nas embalagens”, declarou, na última quinta-feira (30), o Presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro. A referência é a recente afirmação feita pelo setor de plásticos, que tem atribuído a alta dos alimentos nas prateleiras ao reajuste nas tarifas de importação para insumos químicos, entre eles as resinas que compõem os plásticos.

 

“Em valores reais, todo o plástico utilizado para a proteção dos alimentos da cesta básica é de R$1,32, o que representa 0,15% do custo total na cidade de São Paulo”, explica André Passos, com base nos dados do Dieese. Segundo o IGP Abiquim-Fipe, os preços internos das resinas seguiram caindo após a elevação das taxas de importação - queda de 2,23%, em novembro, e 2,95%, em dezembro. “Portanto, não há pressão inflacionária provocada pela medida”, sustenta o presidente da entidade. 

 

Em setembro do ano passado, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) tomou a decisão de defender a indústria de base nacional, com a inclusão de 30 produtos químicos de variados segmentos em uma lista que eleva a tarifa de importação. As alíquotas desses produtos passaram, em sua maioria, de 10,8% ou 12,6% para 20% e permanecerão nesse patamar por 12 meses.

 

“No entanto, ao contrário do que alguns setores defendem, a inflação nestes produtos não tem relação com o aumento nas alíquotas de importação. Não é justo fazer um alarde midiático para criar narrativas que favoreçam a um segmento específico, sem considerar toda a indústria de base”, completa o Presidente da Abiquim.


As novas alíquotas preservam o cenário brasileiro e potencializam o mercado interno, que, apenas no setor químico, emprega mais de 2 milhões de trabalhadores. Na questão dos alimentos, o impacto da elevação da importação de resina não pode ser considerado relevante para justificar a inflação. “Sobre o impacto do aumento das alíquotas da resina, a mudança foi para as importações”, acrescenta André Passos.

 

Medida emergencial

Estudos apresentados pela Abiquim ao governo apontam que, entre 2000 e 2024, a participação dos produtos químicos importados no mercado brasileiro disparou, chegando a 49% e resultando no pior nível da história em termos de ociosidade da indústria química, que atingiu o patamar de 36% em 2024. “Infelizmente, registramos a paralisação recente de produções na Bahia e em São Paulo, inclusive de parques industriais referências em sustentabilidade”, conclui André.

 

Para o Presidente da Abiquim, quando se discute o custo de insumos, é essencial entender que cada elemento do setor químico integra um sistema produtivo sofisticado e interconectado, que atende não apenas à produção de embalagens, mas também a setores como farmacêutico, automotivo e eletrônico. Segundo ele, essa é a centralidade estratégica da indústria química para o Brasil. “É algo muito completo, por isso o setor demanda atenção”, diz.