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Abiquim vislumbra redução da poluição plástica com material 100% reciclável

Terca-Feira, 07 de Janeiro de 2025

André Passos Cordeiro ao microfone, durante o painel
Crédito: Abiquim/Divulgação


“O processo de reciclagem tem início com o papel fundamental dos catadores como prestadores de serviço ambientais para nossa sociedade e para nosso país. Por isso é essencial o papel deste elo da cadeia dentro dessa discussão no sentido de trazer um elemento que vá além do simples custo de produção do material. A partir daí, é que vamos começar a trilhar o caminho para resolver, através de discussões técnicas, quais são os critérios e quais são as normas adequadas para a produção das nossas embalagens plásticas”, enfatizou André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim durante o painel ‘Construindo o Tratado Mundial do Plástico – balanço das negociações para diminuição plástica nos oceanos e quais as implicações e oportunidades para o trabalho dos catadores e catadoras’ na 11ª Expocatadores. O debate trouxe um panorama da atuação brasileira nas tratativas para o acordo global para a eliminação da poluição plástica, reunindo representantes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), Ministério das Relações Exteriores, entre outros especialistas no tema.

 

Esse é um passo importante, continuou Passos, que a indústria está querendo tomar e que não depende de lei, decreto ou portaria, mas sim de construir conjuntamente um processo produtivo com base na boa técnica e no bom conhecimento científico.  Esse é o primeiro movimento que a Abiquim está liderando junto com a Abiplast. Trata-se de um processo aberto, onde todas as partes interessadas estão convidadas a participar. Isso vale não somente para os catadores, mas também para o governo, ministérios, universidades, empresas e sociedade em geral.

 

Combate à poluição plástica

Ainda durante sua palestra, uma vez relacionadas as inúmeras funcionalidades do plástico em diferentes setores, Passos destacou dois pontos que a Abiquim vem defendendo: o redesenho das embalagens plásticas e a análise do ciclo de vida dos materiais. Ele enfatizou ainda que o principal desafio que o mundo tem pela frente é solucionar o tema da poluição plástica. “Este é, sobretudo, o alvo do Acordo Global do Plástico e não temos que afastá-lo trazendo para a mesa qualquer outra questão de qualquer outro material. Ao pensarmos no caminho da substituição do plástico por outro material, devemos ter o cuidado para não gerar um problema ainda maior”, alertou.

 

Nesse sentido, o presidente da Abiquim ressaltou uma característica do plástico que é diferente de todos os outros materiais que oferecem soluções funcionais em alguns usos do plástico. Enquanto o papel, o alumínio e o vidro têm somente uma fonte de matéria prima, o plástico tem uma multiplicidade de origem. Ele pode ser feito a partir de árvores (celulose) do fóssil, do açúcar, do etanol e até da mandioca. “Hoje ele é feito, principalmente a partir do petróleo e do gás natural, por conta dos custos econômicos mais vantajosos de extração do fóssil em relação às outras fontes de matéria prima.”

 

Isso significa, explicou Passos, que o Brasil tem, portanto, como outro desafio, diversificar a matriz de matéria prima, somando ao fóssil, as fontes de matérias-primas renováveis. “Alinhada à esta meta, as normas adequadas de construção de desenho de produto para que o plástico seja 100% reciclável. Para que ele facilite a logística reversa, o processo de coleta, o de tratamento e separação dentro da cooperativa, para que ele retorne ao processo produtivo.

 

Como último ponto, o presidente da Abiquim, disse que a indústria já está trabalhando no desenvolvimento de tecnologias que já existem há anos para outras finalidades, mas para serem aplicadas na reciclagem do material plástico. “Isso não tem absolutamente nada a ver com reconversão energética e, sim com a transformação do material final para o material original, ou seja, em óleo ou em um monômero, por exemplo. O processo pode ser feito, inclusive, em módulos que vão desde a pequena escala de produção adequada aos volumes de cooperativas até módulos de alta escala de produção. Ele pode, então ser adequado às realidades locais e ao sistema logístico de cada país.”

 

Ele finalizou sua participação enfatizando, portanto, a necessidade de focar no desenvolvimento tecnológico. “São tecnologias que estão em desenvolvimento. Temos de trabalhar para aperfeiçoar e para diminuir o consumo energético e emissões, além de capturar emissões. Estamos trabalhando no sentido de resolver justamente esses plásticos de grandes desafios; filmes, por exemplo, ou descartáveis, que têm muito volume e pouco peso. Todo o trabalho no sentido de valorizar o resíduo no final. Questão tecnológica para enfrentar os plásticos de difícil reciclabilidade na via mecânica.”