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Os destaques do 2º Fórum Atuação Responsável®, SASSMAQ® e PAE – Preparação e Atendimento a Emergências

Terca-Feira, 12 de Novembro de 2024

Crédito: Abiquim/Divulgação


Uma programação ampla e seleta marcou o 2º Fórum Atuação Responsável®, SASSMAQ® e

PAE – Preparação e Atendimento a Emergências – no dia 07 de novembro, evento promovido pela Abiquim na sede da entidade, em São Paulo, e que reuniu cerca de 95 pessoas, entre representantes de operadoras logísticas, transportadoras, indústria, organismos de avaliação de conformidade e atendimento em emergências.

 

Na abertura do evento, Luiz Shizuo Harayashiki, gerente de Gestão Empresarial da Abiquim,

relacionou algumas realizações da entidade neste ano em diferentes agendas, destacou o principal objetivo do evento - propor a interação entre os presentes, a fim de que os elos que compõem a cadeia industrial química possam se fortalecer por meio do diálogo e da troca - e reforçou o compromisso da indústria química nacional e sua cadeia logística com a sociedade e o meio ambiente para que o setor explore ao máximo seu próprio potencial, a fim de exercer seu papel de promover avanços e proteger vidas.

 

Programa Atuação Responsável® e SASSMAQ® Rodoviário

A parte da manhã do encontro foi destinada às atualizações dos programas da Abiquim. Fátima Ribeiro, assessora de Assuntos Industriais da entidade, deu um panorama do Programa Atuação Responsável®, mostrando sua evolução por meio de uma linha do tempo e, como destaque citou a revisão do sistema de gestão do programa – o SGAR 2023 – harmonizado com as normas ISO, ODS e ESG, o credenciamento de Organismos de Avaliação de Conformidade e a adesão de não associados a esse sistema de gestão, ampliando o acesso não somente para indústrias químicas, como para indústrias de segmentos variados, sobretudo as de pequeno porte que não têm condições de se associarem à Abiquim. Para 2025, ela adiantou que a entidade vai desenvolver uma plataforma que reunirá todo esse processo de credenciamento e auditoria. 


Da esquerda para a direita: Fátima Ribeiro, Luiz Shizuo Harayashiki e Regiane Adelina Borela Costa
Crédito: Abiquim/Divulgação


Com relação ao SASSMAQ® Rodoviário, Shizuo explicou como está se dando o processo de revisão da 4ª edição da ferramenta, onde se buscou elevar os padrões de segurança operacional no transporte e manuseio de químicos. Agora com validade de três anos – com auditorias intermediárias – e sob a gestão da Totvs, o sistema foi harmonizado com o Programa AR® e terá como obrigatoriedade a adesão ao Programa Olho-Vivo na Estrada, além contar com novos treinamentos e capacitação para sua implementação, resultando em maior competitividade, eficiência e qualidade. 

 

Segundo Shizuo, desde 2001, quando o SASSMAQ® foi implementado até 2016, foi constatado uma redução de 75% no total de acidentes, o que vem sendo mantido até os dias de hoje. “Mantido não porque o programa tem falhado, mas porque a causa de acidentes, de acordos com especialistas, é uma conjunção de fatores”, frisou. Como próximas etapas para a transição da terceira para a quarta edição, já está prevista uma auditoria piloto, além das capacitações. Será dado um prazo de adaptação de seis meses. 

 

 

Novidade: SASSMAQ ® Ambiental

Destacando a necessidade do SASSMAQ® para outros temas, Regiane Adelina Borela Costa, engenheira de Desenvolvimento Sustentável Sênior da Oxiteno Indorama, falou sobre o SASSMAQ® Ambiental. Criado pelo Grupo de Trabalho de Meio Ambiente da Abiquim, a ferramenta contém as regras gerais aplicáveis ao SASSMAQ®, que incluem, além dos requisitos de saúde, segurança, meio ambiente e qualidade (SSMAQ), os requisitos de ESG e PE (Proteção Empresarial), aplicável às empresas que fazem o transporte, tratamento, destinação e destruição de resíduos sólidos e efluentes.

 

A nova ferramenta vai seguir a ordem dos requisitos do sistema de gestão do AR® e terá dois elementos – o central e o específico. O primeiro deles solicita a documentação básica para uma empresa estar funcionando; o segundo abordará questões específicas do operacional, que é olhar o resíduo como um todo e também por categorias (para cada uma delas, tem uma legislação e a indicação de boas práticas). O SASSMAQ® Ambiental terá o mesmo sistema de aprovação do SASSMAQ® Rodoviário, assim como sua certificação, que será realizada por organismos de avaliação de conformidade independentes, licenciados pela Abiquim. Neste ano, foi concluída toda a documentação, além de serem realizadas várias auditorias-piloto. A meta é que o SASSMAQ® Ambiental esteja na plataforma Totvs já em 2025, assim como serão feitos os treinamentos para sua implementação.

 

O papel da indústria no trabalho do motorista transportador de produtos químicos

Outro ponto alto do encontro foi o tema trazido pelo Grupo de Trabalho da Abiquim: Carga e Descarga, que foi instituído em setembro deste ano e cujo objetivo principal é melhorar o desempenho no carregamento e descarregamento de veículos nas plantas industriais de produtos químicos, para aumentar a competitividade e produtividade da cadeia logística.


Da esquerda para a direita: Emerson de Jesus da Silva, Benedito Teles Santos e Rodrigo Falato
Crédito: Abiquim/Divulgação


De acordo com Emerson de Jesus da Silva, responsável pela área de Logística da Elekeiroz e um dos coordenadores do GT, o grande desafio é trabalhar para liquidar, sobretudo, com uma situação recorrente do parceiro de transporte e que é um importante elo na cadeia: as condições inadequadas do motorista transportador. Segundo, Benedito Teles Santos, sócio-Diretor da Concórdia e também coordenador do GT, um acompanhamento do número de horas de carregamentos de carga realizado entre janeiro de 2023 até setembro deste ano apontou uma média de espera de 21:52:16. No mesmo período a média de horas para operações de descarregamento demandou uma média de 22:59:05.

 

Os dois porta-vozes descreveram sobre as condições pelas quais passam os motoristas durante esses períodos intensos de espera, destacaram algumas noções de segurança, além de discorrerem sobre a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade 5322, uma lei que tem como requerente a Confederação Nacional de Transporte Terrestre (CNTT) e que mexeu com o mundo do transporte como um todo, mais especificamente na jornada de trabalho do motorista, o que acabou culminando na criação formal deste GT, no sentido de trabalhar para oferecer condições adequadas aos motoristas, identificando gargalos e oportunidades que possam otimizar as operações de carga e descarga, reduzindo assim, o tempo de permanência dos veículos nas empresas qualitativamente e quantitativamente.

 

Rodrigo Falato, assessor de Assuntos Técnicos da Abiquim, trouxe os resultados do trabalho do Programa Olho-Vivo na Estrada, uma parceria entre Abiquim e Sest Senat e que tem como objetivo trabalhar o comportamento do motorista por meio de treinamentos que o ajudem a lidar com a sua rotina intensa e desgastante nas estradas. A iniciativa tem fundamentalmente como foco a proteção à vida. “No período entre 2023 a outubro de 2024, 10.182 motoristas fizeram o curso e tiveram a oportunidade de melhorar as operações. Estamos falando de condutores que têm uma consciência melhor do que é o universo do transporte e sabem exatamente da importância do seu papel”, destacou Falato.

 

Para o próximo ano, além dos cursos que serão repaginados e atualizados, o motorista poderá contar com a modalidade presencial com novas métricas e a versão webaula que é um curso EAD tutoriado. Uma nova identidade do programa também está sendo desenvolvida.

 

Na mão certa: responsabilidade social

Eva Cristina Dengler: a cada hora 8 crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual
Crédito: Abiquim/Divulgação


O encontro contou ainda com a apresentação do ‘Na Mão Certa’, programa parceiro da Abiquim e que também está inserido no SASSMAQ®, cuja missão é encontrar soluções para prevenir e enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes. De acordo com Eva Cristina Dengler, superintendente de Programas e Relações Institucionais da Childhood Brasil – responsável pela criação deste programa -, após estudos desse tipo de violência em vários contextos, um dos mais importantes a serem observados é o setor de transporte, por isso a importância da participação da indústria nesta causa.

 

 

Emergências em foco

A programação da tarde girou em torno de atendimentos a emergências. Michel Thalenberg, executivo de Negócios Sênior, apresentou o Programa Pró-Química. Criado em 1988 pela Abiquim, a Central de Emergência 24 Horas com Produtos Químicos que atende gratuitamente em todo o país e é operacionalizado pela Ambipar Response S/A, não atende somente emergências. De utilidade pública, o serviço informa para quem contatá-lo, os procedimentos de transporte, manuseio e segurança de produtos químicos. Já nas emergências, dá as orientações no tocante a como proceder, auxiliando na conexão com os órgãos públicos como bombeiros, Polícia Rodoviária, Órgãos Ambientais, Defesa Civil, etc. 


Michel Thalenberg: meta é dar mais visibilidade, sustentabilidade e amplitude nacional ao Pró-Química
Crédito: Abiquim/Divulgação


Thalenberg destacou o Manual para Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos – que contém informações sobre centenas de produtos químicos no tocante a informações de manuseio, transporte, medidas de segurança em caso de acidentes – e apresentou alguns números sobre ocorrências entre 2019 e 2023, entre elas chamadas e registros por motivo, emergências por modalidade, por classe, por estado, acidentes com vítimas.

 

Ele antecipou que após 36 anos de vida, o Programa vai rejuvenescer. Todo material está sendo atualizado, sobretudo o aplicativo para IOS ou Android. A meta, continuou, é ampliar a sua base de atuação e fortalecer a ferramenta não somente na indústria, como na sociedade civil, órgãos de emergência e prefeituras. Queremos dar mais visibilidade, sustentabilidade e amplitude nacional ao programa porque hoje ele tem uma capacidade de resposta muito maior do que já é feita.


Da esquerda para direita: Sávio Moraes, Silvio César Costa Junior, Comendador José Lúcio da Silva e Monique Freire
Crédito: Abiquim/Divulgação
 

Sob o tema ‘Atuação Responsável® nas Emergências Químicas e Ambientais: A Abordagem Unybrasil na gestão integrada’, Sávio Moraes, diretor Técnico do Grupo Unybrasil, mostrou como foi o atendimento na ocasião do vazamento de óleo no Estado do Paraná em 2021 e que atingiu uma área de 5.725m². Dentro desse modelo de gestão integrada, o trabalho é subdividido em ações preventivas, corretivas e pós-emergenciais.

 

Para falar sobre desastre ambiental, Silvio César Costa Junior, diretor Executivo da Solvi Emergenciall, trouxe como case as enchentes que assolaram o Rio do Grande do Sul e que segundo ele, o maior desafio enfrentado foi a segurança alimentar. Como exemplo, ele mostrou como se deu a vistoria e organização de galpões com produtos reagentes à água e que ficaram totalmente submersos.

 

O destaque da apresentação de Monique Freire, líder da área de Emergências e Crises da EnvironPact foi o Sistema de Comando de Incidente (ICS) que tem como característica a flexibilidade para atuar em acidentes de diferentes magnitudes, além de ser amplamente utilizado em paradas programadas de indústrias e situações de greve.

 

Por fim, a apresentação do Comendador José Lúcio da Silva, diretor de Relações Institucionais do Grupo Ambipar, girou em torno das boas práticas na gestão de emergências com produtos perigosos. Ele apresentou toda a infraestrutura da líder global em gestão ambiental - presente em mais de 40 países, com mais de 20 mil colaboradores, mais de 600 bases operacionais, e com mais de 25 mil clientes. Com soluções que envolvem auditorias, gestão de fornecedores, treinamentos, consultoria e projetos de tecnologia, o comendador destacou que a multinacional utiliza desde 2013, a UNI ISO 22320, que nada mais é que uma certificação internacional ISO de sistema de gestão e emergência que é multiplicada por todo sistema global do grupo. “Essa foi uma boa prática que permitiu a Ambipar a padronização de toda estrutura que envolve prevenção, preparação e resposta rápida e segura para enfrentamento de situações indesejadas, porém possíveis de acontecer em acidentes envolvendo produtos perigosos,” ressaltou.