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Abiquim defende economia circular na 5ª edição do Congresso Brasileiro do Plástico

Segunda-Feira, 16 de Setembro de 2024

Foto: Abiquim/Divulgação


A Abiquim participou, na última quinta-feira (12), do 5º Congresso Brasileiro do Plástico, em São Paulo (SP). Com o tema “O Paradoxo dos Plásticos”, a edição reuniu especialistas nacionais e internacionais para esclarecer e apresentar informações científicas a respeito do material plástico em diversos segmentos da sociedade. Nesse contexto, a Abiquim, enquanto entidade porta-voz do setor químico brasileiro, apresentou seu posicionamento para mitigar problemas ocasionados pelo descarte incorreto e o caminho rumo à economia circular do plástico.

 

Na abertura do evento, o presidente-executivo da entidade, André Passos Cordeiro, ressaltou que o trabalho do setor está em “assegurar que o plástico continue desempenhando um papel essencial no desenvolvimento da sociedade, levando em conta o comprometimento inadiável com a preservação do planeta.” Segundo ele, é preciso estabelecer parcerias que auxiliem em um processo de conscientização sobre práticas adequadas de uso, armazenamento, descarte e reciclagem. “Para isso, é imprescindível mantemos um forte diálogo com universidades, governo, além de outros setores industriais, criando assim um elo cujo propósito é a construção de um mundo mais sustentável”, completou.

 

Em todas as esferas de discussão sobre o tema, a Abiquim defende que o caminho não está no banimento do plástico sem avaliação prévia de seus impactos econômicos, sociais e ambientais nos setores afetados e sociedade em geral e baseadas na ciência. Se isso ocorresse, os impactos negativos seriam a redução de R$ 70,2 bilhões de faturamento para indústria do plástico, com efeitos sobre as indústrias de alimentos, higiene, varejo e limpeza; a perda de 205 mil empregos nas indústrias química e do plástico; e a redução da massa salarial de R$ 6,7 bilhões nas indústrias química e do plástico. No setor de coleta e separação de resíduos, mais de 270 mil trabalhadores perderiam seus empregos, sem contar a indústria petroquímica que representaria uma redução de até R$ 181,2 bilhões no faturamento, de até 30 mil postos de trabalho e de R$ 3,6 bilhões em massa salarial.

 

De acordo com o setor, uma avaliação dessa natureza é imprescindível para orientar e subsidiar, com base em evidências e de maneira robusta e transparente, a tomada de decisão. Hoje, para além das questões econômicas, há um forte compromisso de empresas com o programa Atuação Responsável® da Abiquim, engajadas em políticas e ações de ESG, e que têm impacto direto em quase todos os setores econômicos. Conforme relata o presidente-executivo da entidade, a indústria química está na vanguarda da inovação, investe continuamente em pesquisas que ampliam as fronteiras do conhecimento e que permite oferecer ao mercado soluções cada vez mais sustentáveis, versáteis e eficientes. “Trata-se, portanto, de um esforço em conjunto para a criação do que há de melhor, com o menor impacto ambiental possível”, considerou.

 

Economia circular

A Abiquim defende, ainda, que o Brasil trabalhe com uma legislação que priorize a economia circular, com uma discussão ampla de uma política pública federal, a exemplo de uma Política Nacional de Economia Circular, diante da competência da União, nos termos da Constituição Federal. Nesse cenário, deve haver um plano de desenvolvimento sustentável, com avaliação prévia dos impactos econômicos, sociais e ambientais na cadeia petroquímica e de transformados plásticos adotando prazos exequíveis.

 

Destaque da programação do Congresso, Chris DeArmitt, PhD e maior especialista em materiais plásticos do mundo, destacou que, pela análise do ciclo de vida dos materiais, o plástico é mais sustentável que outros, como metais e vidro, e que a substituição de embalagens e produtos plásticos por outros materiais, na maioria dos casos, aumentará o consumo de energia e a emissão de gases de efeito estuda, agravando o impacto ambiental.

 

Ronald Sasine, especialista em inovação e estratégia de embalagem e embalagem sustentável, trouxe uma “visão americana da tendência de embalagens plásticas”. O palestrante afirmou que o plástico sofre diversas ameaças por falta de informação científica, tanto por parte do público consumidor, que dificilmente aceita novas informações, quanto por parte de empresas, ONGs, governos, mas a sociedade precisa do plástico.

 

Uma pesquisa na América Latina revelou que 50% dos entrevistados acreditam que os produtores de produtos e embalagens plásticas devem ser responsáveis pela gestão dos resíduos. Segundo Sasine, os consumidores são fundamentais nesse processo. “Temos que explicar os fatos para o público final de forma clara, para que as pessoas possam aceitar e adotar novas ações e novas atitudes. Precisamos aprimorar a gestão dos resíduos plásticos, e ela deve ser uma preocupação da indústria, dos varejistas e também da sociedade civil. Nós temos um futuro muito promissor, mas ele vai depender de comunicação, informação e que o público possa aceitar, entender, refletir nas suas decisões de compra, porque afinal de contas, o que ocorre no varejo vai determinar o nosso futuro.”