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Autoridades da Petrobrás apresentam plano estratégico da instituição às associadas da Abiquim, na sede da entidade, em São Paulo

Quarta-Feira, 06 de Marco de 2024

Na foto à direita: Gabriela Duarte, Carlos Eduardo Brust e André Passos Cordeiro

Foto: Abiquim/Divulgação


A Abiquim recebeu na última quarta-feira (28), durante reunião de seu Conselho Diretor, na sede da entidade, em São Paulo, autoridades da Petrobrás que apresentaram o plano estratégico da instituição no sentido de identificar possíveis sinergias com a indústria química, trabalhando sobretudo o tema de gás natural, que tem sido a agenda central da indústria química.

 

Além da Abiquim e CEOs de suas empresas associadas, participaram do encontro, representando a Petrobrás: Carlos Eduardo Brust, responsável pela Estratégia e Planejamento do Segmento de Gás e Energia de Baixo Carbono; Gabriela Duarte, gerente geral de Inteligência de Mercado do Segmento de Gás e Energia; e João Paulo Mendes Madruga, gerente-Executivo de Relações Institucionais.

 

Durante o encontro André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, enfatizou a importância do Grupo de Trabalho Petrobrás/Abiquim sobre medidas conjuntas para o desenvolvimento da indústria química no Brasil, cujo trabalho foi finalizado no final de fevereiro e trouxe como primeiro resultado prático a sugestão de um protocolo de intenções para avançar na temática do gás natural. “A ideia é estudar a possibilidade de fazer um contrato direto no mercado livre de gás natural entre Petrobrás e empresas da indústria química que consomem o insumo. A expectativa é que esse contrato avance nos próximos dias, uma vez que a minuta já está em análise pelo do jurídico da Abiquim”, afirmou Passos.

 

Brust iniciou a apresentação destacando que ‘As Novas Estratégias, Diretrizes e Posicionamento da Petrobrás’ para 2024-2028, tem foco na transição energética de baixo carbono. Para sua implementação, ele sinalizou um aumento de investimentos para geração de valor a longo prazo, cujo total atinge US$ 102 bilhões – divididos em dois tipos de carteira; US$91 bilhões para projetos de implantação e US$ 11 para projetos em avaliação.

 

No segmento de Exploração e Produção (E&P), a Petrobrás entregará uma produção de óleo e gás crescente, gerando maior valor econômico – que passará de 2,8 milhões barris de óleo equivalente por dia (boe/d) em 2024 a 3,2 milhões boe/d em 2028. Para tanto, foi estimado um capex no valor de US$ 7,5 bi por meio de 50 novos poços entre 2024- 2028 - 25 Bacias do Sudeste, 16 na Margem Equatorial e 9 em outros países. O pré-sal continua respondendo por 67% dos nossos investimentos.

 

Na área de Refino, Transporte e Comercialização (RTC), eles buscarão um posicionamento forte tanto para o atendimento das demandas de energia fóssil quanto para oferecer produtos para o mercado de baixo carbono. O programa - que previa US$ 589 milhões para o período 2021-2023 - ganha novos investimentos, passando a US$ 776 milhões para o ciclo 2024-2028. Para a expansão e melhoria do parque industrial, Brust destacou os principais projetos: aumento de capacidade de processamento - 225 mil barris por dia (mbpd); aumento da capacidade de produção de Diesel S-10 – maior que 290 mbpd; BioRefino - 34 mbpd; e lubrificantes grupo II - 12 mbpd. Em petroquímica e fertilizantes, os projetos seguem em estudo. O plano contempla ainda mais investimentos para adequação e aprimoramento do parque de Refino e Logística, promoção da descarbonização da cadeia de valor e expansão em negócios de baixo carbono.

 

No que tange a Gás natural, Brust destacou os seguintes projetos e datas para ampliação da infraestrutura e portfólio de ofertas para seguir atuando de forma competitiva: em 2024, Projeto Rota 3 com capacidade do gasoduto de 18 MM m³/d e capacidade da UPGN de 21 MM m³/d; em 2028, Projeto BMC-33 com capacidade do gasoduto de 16 milhões m³/d; e para além de 2028, SEAP com capacidade do gasoduto de 18 milhões m³/d. Segundo o executivo da Petrobras, o capex do gás no valor de US$1,4 bilhão, estimado para o período de 2023 a 2027, passa para US$3 bilhões para o período entre 2024 2028.  


Ao final do encontro, a Abiquim, bem como os CEOs presentes no encontro se manifestaram enfatizando o momento crítico do setor e a preocupação com o preço e a disponibilidade deste insumo. Todos foram unânimes ao relatarem não ser possível competir com o petróleo russo a US$ 44 o barril, por conta das sanções da guerra, ou com o gás americano que está a US$ 2,5 o milhão de BTU. “Talvez não tenhamos condições de chegar aos preços americanos e russos, mas certamente conseguimos chegar em um preço que remunere todos os atores dessa cadeia produtiva, e que não seja os US$ 14 ou até US$20 o milhão de BTU do gás que a gente vê em algumas regiões do nosso país hoje”, destacou Passos, ressaltando que se o plano estratégico da Petrobrás se basear no preço do gás a US$14 o milhão do BTU, ao final de 2028, poucas serão as empresas que ainda estarão operando.

 

Daniela Manique, diretora do Conselho Diretor da entidade e também presidente do Grupo Solvay na América Latina, enfatizou o momento preocupante do setor, cujo volume de importações sobre a demanda nacional alcançou 47% em 2023, o resultado mais elevado dos últimos trinta anos.  “Atualmente, nos vemos obrigados a fechar contratos de gás de curtíssimo prazo. Temos plantas que têm sua competitividade fortemente questionada, algumas delas são únicas na América Latina.”

 

Como devolutiva, Brust reiterou que o objetivo da apresentação do plano estratégico da Petrobrás ao setor é a troca e atualização de informações entre a instituição e o setor, vislumbrando eventuais adaptações ao longo do período, no sentido de atender da melhor forma as demandas da indústria química nacional.

 

Para conhecer o Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobrás, clique aqui