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Acordo Global de Plástico é pauta de encontro entre Abiquim e a ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira

Terca-Feira, 10 de Outubro de 2023

Foto: Abiquim/Divulgação


No dia 04 de outubro, a Abiquim e empresas associadas se reuniram com a ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na sede da entidade, em São Paulo, para debateram sobre a necessidade da criação de um acordo multilateral na temática de plásticos.

 

Na abertura do encontro, Camila Hubner Barcellos Devincentis, gerente de Assuntos Regulatórios e Sustentabilidade da Abiquim, deu um panorama sobre o Acordo Global de Plásticos que está sendo construído no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem como meta acabar com a poluição plástica, estabelecendo assim, um acordo internacional juridicamente vinculante até 2024.


Em linhas gerais, Izabella Teixeira, compartilhou sua visão mediante sua experiência de negociação internacional e como ela vê a agenda da poluição plástica no atual momento do Brasil. “Temos que entender todo esse debate internacional no âmbito multilateralismo, a perceptiva de reorganização do mundo e dos interesses econômicos e políticos que a agenda aguarda. Nada disso está dissociado do acontece no mundo” afirmou a ex-ministra. Segundo ela, a questão ambiental mudou de patamar motivada pela questão da agenda climática. “Essa agenda do clima hoje é um tema geopolítico e ela traz, de fato, uma nova discussão no debate internacional que não se limita mais ao sistema multilateral, que é o sistema das Nações Unidas”, completou.

 

Desafios e oportunidades da indústria química nacional, bem como da economia do País, rotas de descarbonização, Objetivos de Desenvolvimentos Sustentável (ODS) e sobretudo, como a indústria química se posiciona dentro do contexto climático, foram alguns dos temas abordados na reunião.

 

No que tange ao posicionamento, André Passos Cordeiro, presidente executivo da Abiquim, afirmou que a indústria química defende, entre os principais pontos a serem considerados no Acordo Global de Plástico, o impulsionamento da produção sustentável por meio do aumento do uso de matérias-primas circulares; defesa dos princípios de circularidade, como por exemplo, para coleta, reutilização e reciclagem; e também implantação de planos de ação de gestão de resíduos a fim de contribuir para a infraestrutura de gestão de resíduos, todos com base nas necessidades e circunstâncias únicas de cada país.

 

Entre os participantes do encontro, Mariana Orsini, diretora de Relações Institucionais da Dow, chamou a atenção para a visão estratégica da ex-ministra que, segundo ela, ofereceu uma leitura pragmática e construtiva da oportunidade - e urgência - de consolidar a indústria química como provedora de soluções para os desafios da sociedade.

 

Na visão de Fabiana Queiroga, diretora de Economia Circular para América Latina da Braskem, a reunião trouxe várias reflexões sobre a relevância que o Brasil pode ter nas negociações multilaterais e na agenda de mudanças climáticas e economia circular, sendo que a indústria tem um papel fundamental neste diálogo, devendo ter uma posição clara e os principais pontos para garantir um Acordo Global de Plásticos que atenda aos pilares de desenvolvimento econômico, social e ambiental, garantindo a segurança alimentar, inovação, os interesses do país e colocando o Brasil no futuro.”

 

Para Maximilian Yoshioka, CEO da Indorama Ventures Polímeros, o encontro foi uma excelente oportunidade para aprofundar o entendimento sobre os desafios mundiais sobre a poluição por plásticos, especialmente nas interações multilaterais entre as nações e seus potenciais impactos ao meio ambiente e na cadeia produtiva. “A dra. Izabella Teixeira reforçou a necessidade urgente para que a indústria química nacional trabalhe como protagonista junto com o ministério público, promovendo um debate mais próximo, técnico e realista sobre as atuais limitações e oportunidades, bem como suas consequências para o mundo”, disse Yoshioka, completando que a que a economia circular é uma realidade no setor privado Brasileiro. “A circularidade nos estados e municípios precisam urgentemente de evolução”, concluiu.

 

Vale destacar que no Brasil, com o apoio de todas as empresas associadas, a Abiquim já vem trabalhando ativamente nessa temática da poluição, não somente em relação ao plástico, com a implantação e constante renovação do Programa Atuação Responsável®, principal iniciativa da Abiquim para promover ganhos em relação ao meio ambiente, saúde e segurança, tendo a sustentabilidade como um dos fundamentos de sua atuação. A entidade também está alinhada ao posicionamento do Global Partners for Plastics  (GPPC), grupo de associações e empresas que fabricam, usam e reciclam plásticos, que tem o apoio do Conselho Mundial de Plásticos e do International Council of Chemical Associations (ICCA).