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Preços médios mensais de importados recuam 26,2%, desde janeiro, e motivam surtos de compras vindas da Ásia em produtos estratégicos

Terca-Feira, 29 de Agosto de 2023

 

Marca de 5 milhões de toneladas importadas, em julho, não era superada desde agosto de 2022,

deslocando o produto doméstico e ameaçando a indústria instalada no País




As importações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 5,1 bilhões, em julho, equivalentes às compras de 5 milhões de toneladas, marca esta que não era registrada desde agosto de 2022. Desde o início do ano, as quantidades físicas importadas são consecutivamente superadas, um alarmante aumento de 50% na comparação de julho, 5 milhões de toneladas, com as compras de fevereiro deste ano, de 3,3 milhões de toneladas, sobretudo em produtos fabricados no Brasil e deslocados no próprio mercado interno por surtos de importações vindas de países asiáticos com competitividade artificialmente sustentada em matérias-primas russas adquiridas com preços favorecidos em razão da guerra no leste europeu.

 

As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, somaram, em julho, US$ 1,37 bilhão, movimentando 1,16 milhão de toneladas, recuo de 8,5% em quantidades físicas, mas elevação de 9,5% no valor exportado, em relação ao mês imediatamente anterior, de junho.

 

No acumulado deste ano, entre janeiro e julho, as importações de produtos químicos foram de praticamente US$ 36,3 bilhões, o que representa uma redução de 22,6% em relação ao mesmo período de 2022, o que se deveu ao recuo de 12,5% dos preços médios das compras vindas do exterior. Já as exportações brasileiras dessas mercadorias tiveram uma retração de 14,5%, totalizando US$ 8,9 bilhões até julho, resultado circunstanciado pelas crescentes dificuldades econômicas cambiais da Argentina, individualmente principal mercado de destino dos produtos químicos brasileiros, o que agravou o nível de ociosidade em grupos de produtos estratégicos fabricados no País.

 

Com esses resultados, o déficit na balança comercial de produtos químicos chegou, no acumulado do ano, até julho, à marca de US$ 27,4 bilhões e de US$ 53,8 bilhões nos últimos 12 meses, de agosto de 2022 a julho deste ano, valor em bases anuais somente inferior ao déficit recorde de US$ 63 bilhões registrado no ano passado.

 

Para a Diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, os resultados da balança comercial em produtos químicos demonstram ser urgente uma abordagem estruturada, com um olhar conjunto das diversas instâncias públicas e privadas, nas suas várias frentes e alçadas de atuação, envolvidas nos desafios estruturais pela competitividade brasileira e particularmente na superação do crítico momento conjuntural, resultado da combinação de desaceleração econômica e crescimento das importações, em meio aos impactos adversos da guerra no leste europeu. “Sabemos que não há uma medida isolada que solucione a situação, mas entendemos que são necessárias ações coordenadas para permitir acesso a matéria-prima a um custo competitivo, bem como ampliar as suas fontes de fornecimento, análise de medidas de inserção internacional, defesa comercial, e competitividade tributária, conciliando a necessidade de aprimorar a capacidade de competitividade da indústria química e de estancar emergencialmente o surto de importações predatórias que vem deslocando o produto doméstico e ameaçando a indústria instalada no País”, destaca Fátima Giovanna.