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Déficit de US$ 11,5 bilhões recua 9,2% no trimestre, mas quantidades importadas são recorde para março

Segunda-Feira, 17 de Abril de 2023


O déficit acumulado na balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 11,5 bilhões no primeiro trimestre do ano, recuo de 9,2% na comparação com o resultado recorde do indicador para o período, de US$ US$ 12,7 bi entre janeiro e março de 2022. Contudo, o déficit no primeiro trimestre de 2023 ainda equivale ao dobro da média registrada previamente à pandemia de COVID-19. Nos últimos 12 meses, o déficit em produtos químicos somou US$ 61,8 bilhões (abril de 2022 a março de 2023), redução de US$ 1,2 bilhão para tal indicador em bases anualizadas frente ao resultado do ano passado (déficit recorde de US$ 63 bilhões).

 

No acumulado dos três primeiros meses deste ano, as importações de produtos químicos somaram US$ 15,3 bilhões, redução de 8,3% em relação ao mesmo período de 2022. Já as exportações, de praticamente US$ 3,8 bilhões, apresentaram, por sua vez, uma diminuição de 5,3% na mesma comparação. Ambos os resultados se justificam no contexto das reduções de 5,2% das quantidades físicas importadas pelo Brasil e de 1,2% daquelas vendidas pelo País para seus parceiros comerciais.

Especificamente em março, as importações de produtos químicos foram de US$ 5,5 bilhões, redução de 8,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto as exportações, de US$ 1,4 bilhão, em março, recuaram 2,5% em igual comparação. Em termos de quantidades, as importações, de 4,4 milhões de toneladas, são recorde para meses de março, ao passo que as exportações de 1,3 milhão de toneladas oscilaram positivamente 21,9% na comparação com fevereiro, mesmo que em base comparativa de valores absolutos significativamente menor aos das importações.

 

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o mundo vive uma verdadeira “nova revolução industrial” ancorada em resiliência produtiva, circularidade e transição energética, priorizada pelas principais economias globais por meio de robustos programas de estímulo industrial. “Nos últimos anos, a falta de competitividade e a consequente descontinuidade de diversas linhas de produção resultaram em um elevado nível de participação das importações sobre a demanda e na dependência externa brasileira em setores estratégicos, como o do agronegócio. Esse é um ciclo que precisa ser imediatamente revertido por meio de um projeto nacional de desenvolvimento industrial sustentável, levando em conta outros exemplos que estão dando certo pelo mundo e viabilizando uma agenda de fortalecimento da indústria química brasileira, concentrada em quatro grandes missões setoriais: gás natural, bioprodutos, energias renováveis e saneamento básico. “

 

Ferreira ressalta ainda que o  Brasil possui forte potencial de exercer uma condição de liderança mundial nas estratégias relacionadas às mudanças climáticas, à transição energética e à circularidade, mas somente com uma visão de política pública de Estado e de longo prazo, que estimule a indústria química a crescer é que serão possíveis mais investimentos, produtos mais sustentáveis e a ampliação da capacidade produtiva industrial, transformando as inúmeras vantagens comparativas de que o País dispõe em vantagens competitivas; gerando emprego, renda e riqueza para o povo brasileiro.