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Importações de químicos somam US$ 74,8 bi até novembro e déficit ultrapassa US$ 62,7 bi nos últimos doze meses

Terca-Feira, 20 de Dezembro de 2022

Missões da química alicerçam futuro do setor no País e serão possíveis com estímulos à química sustentável

e políticas de competitividade em energia e matérias-primas, tributação doméstica e inserção internacional



O Brasil importou US$ 5,8 bilhões em produtos químicos no mês de novembro, queda de 11,8% em relação ao mês imediatamente anterior, outubro, e de 10,3% na comparação com novembro de 2021. Desde julho de 2022, quando foi registrado o recorde mensal de US$ 8,3 bi, o valor importado tem diminuído em função da redução das quantidades adquiridas do estrangeiro, que progressivamente estão retornando a um patamar de 4 milhões de toneladas mensais, no contexto dos prognósticos de iminente recessão da economia global para 2023 e dos seus impactos mais imediatos para o Brasil.


Contudo, no acumulado do ano, até novembro, as compras externas de produtos químicos somam US$ 74,8 bilhões, aumento de expressivos 36% frente ao mesmo período do ano passado, em ritmo fortemente impactado pelos preços médios 42,6% superiores na mesma base de comparação. Em termos de quantidades, as 

movimentações superaram 53,2 milhões de toneladas, no período, recuo de 4,6% frente ao mesmo período de 2021. Em que pese a recente desaceleração das importações, os elevados níveis de aquisições deverão fazer de 2022, com perspectivas de mais de 58 milhões de toneladas, o terceiro ano seguido em que o Brasil terá importado mais do que 50 milhões de toneladas (quantidades anteriores foram de 60,5 milhões em 2021 e de 51,5 milhões em 2020), sobretudo em fertilizantes e seus intermediários, produtos com plenas condições técnicas e econômicas de serem fabricados nacionalmente.

 

As exportações, de US$ 1,3 bilhão, em novembro, tiveram leve aumento de 1,4% na comparação com outubro e permaneceram estáveis em relação ao mesmo mês de 2021, mesmo que em patamar bastante inferior ao das importações. Entre janeiro e novembro deste ano, as vendas para o exterior totalizaram US$ 16,1 bilhões, aumento de 24,9% frente ao registrado em igual período do ano passado, resultado particularmente devido ao aumento médio de 25,3% dos preços internacionais dos produtos químicos exportados pelo Brasil aos seus parceiros comerciais. Apesar desse cenário geral favorável, foram verificadas quedas importantes nas quantidades vendidas ao exterior nos grupos de produtos petroquímicos básicos (-25,5%) e de aditivos de uso industrial (-16,4%), em um cenário de agravamento das dificuldades econômicas de alguns dos principais parceiros comerciais brasileiros, em especial da Argentina, e dos reflexos das instabilidades decorrentes da Guerra do Leste Europeu.

 

O déficit na balança comercial de produtos químicos, até novembro, foi de US$ 58,7 bilhões, valor 39,4% superior ao registrado em igual período de 2021. Já nos últimos 12 meses (dezembro de 2021 a novembro deste ano), o déficit é de US$ 62,7 bilhões, devendo confirmar as projeções mais próximas dos US$ 65 bilhões até o final do ano.

 

Para a Diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna, o setor vive um momento de transformação e de oportunidades, que poderão ser materializadas a partir das missões propostas pela química e que são baseadas no gás natural, nos bioprodutos, nas energias renováveis e no saneamento básico, caso se estabeleçam condições competitivas mais favoráveis. “O próprio déficit comercial recorde em 2022, de US$ 65 bilhões, confirma um enorme potencial para a indústria nacional! Tal valor será o dobro se comparado ao resultado de 2019, quando se iniciou a adoção sistemática de medidas que, ao invés de estimular uma saudável concorrência com estrangeiros, alavancaram o ritmo das importações por meio de políticas de redução de tarifas de importação e de insegurança jurídica no sistema de defesa comercial. Entendemos que a indústria química brasileira tem muito a contribuir para a transformação energética e para o desenvolvimento econômico do País por meio das missões setoriais em gás natural, bioprodutos, energias renováveis e saneamento básico e advogamos que o caminho para o cumprimento dessas missões passa pela adoção de uma política pública que dê estímulos à química sustentável e competitividade em energia e matérias-primas, tributação adequada e coerente e promova uma adequada inserção internacional, transformando as inquestionáveis vantagens comparativas de que o Brasil dispõe em vantagens competitivas e que resultem em ampliação da capacidade industrial”, destaca Fátima Giovanna.