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Importações de US$ 62,5 bilhões até setembro são recorde e ultrapassam total adquirido em 2021

Segunda-Feira, 10 de Outubro de 2022

 

Nem mesmo recente desaceleração nas quantidades adquiridas deverá

conter déficit inédito de US$ 65 bi até o final do ano



Desde maio de 2022, os valores de importações de produtos químicos têm superado os US$ 7 bilhões mensais, estabelecendo um patamar de praticamente o dobro das aquisições mensais médias previamente à pandemia da COVID-19 (as importações médias mensais, em 2019, foram de US$ 3,6 bilhões).

 

Em que pese uma desaceleração nas quantidades adquiridas nos últimos dois meses, as importações, até setembro, somaram recorde de US$ 62,5 bi (aumento de 47,4%), superando o total do ano de 2021. As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, têm permanecido estáveis, em níveis mensais bastante inferiores ao das importações, com vendas médias de US$ 1,5 bilhão, relativas às expedições de 1,3 milhão de toneladas aos países de destino das mercadorias nacionais. No acumulado do ano, até setembro, as vendas de produtos químicos para o estrangeiro totalizaram US$ 13,5 bilhões, valor 33% superior ao registrado entre janeiro e setembro de 2021. 


Tais resultados acumulados produziram, entre janeiro e setembro, um déficit de US 49 bilhões, valor superior aos US$ 46,3 bilhões do ano passado, até então maior déficit anual da história do acompanhamento da balança comercial setorial. Para o consolidado deste ano, prevê-se um inédito e consternador déficit de US$ 65 bilhões.

 

As fortes altas dos preços médios dos produtos transacionados entre o Brasil e o mundo (aumentos de 43,3% nos importados e de 30,6% nas exportações, comparando o período acumulado entre janeiro e setembro de 2022 com igual mês do ano anterior), a manutenção da atividade econômica em patamares elevados em praticamente todas as cadeias que demandam químicos, além da sazonalidade do terceiro trimestre, historicamente mais forte para o setor, são fatores conjunturais que explicam, em grande parte, esses piores indicadores da balança comercial de químicos.

 

Para a diretora de Assuntos de Comércio Exterior e Administrativa da Abiquim, Denise Mazzaro Naranjo, com base nas oportunidades de demanda interna e de exportações e nas vantagens comparativas do Brasil, a indústria química brasileira tem plenas condições de ser a mais sustentável do mundo e de alavancar a geração de valor para a sociedade e para a economia do país como um todo. “O adverso cenário dos últimos anos tem impedido que oportunidades geradas pelo crescimento da demanda se transformem em investimento e produção efetiva. Com foco na superação desse momento desafiador, a indústria química brasileira propõe um endereçamento adequado das questões de energia e matérias-primas competitivas, de estímulos à química sustentável, de carga tributária e, em especial, de uma inserção internacional equilibrada, alicerçando os pilares para o fortalecimento da competitividade industrial e o atingimento das missões setoriais em gás natural, bioprodutos, energias renováveis e saneamento”, destaca Denise Naranjo.