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Desafios e propostas da química foram destaques do encontro entre Abiquim e o candidato à vice-presidente na chapa do PT, Geraldo Alckmin

Terca-Feira, 20 de Setembro de 2022

                          (Da esq. para dir.) Geraldo Alckmin e André Passos Cordeiro

Foto: Divulgação/Abiquim


Como parte de uma série de encontros que a Abiquim vem promovendo com candidatos às eleições de 2022 para apresentação da agenda da indústria química brasileira, a entidade e representantes de suas empresas associadas reuniram-se com o candidato à vice-presidente na chapa do PT, Geraldo Alckmin, no dia 19 de setembro, na própria sede, em São Paulo.

 

André Passos Cordeiro, presidente-executivo em exercício da Abiquim, fez uma apresentação do setor, mostrando que a indústria química brasileira é a mais sustentável do mundo e representa 11% do PIB industrial com um faturamento líquido anual na ordem de US$142,8 bilhões, além de gerar 2 milhões de empregos diretos e indiretos e ocupar a 6ª posição no ranking das indústrias no mundo.

 

Apesar dos números positivos, Cordeiro chamou atenção para uma iminente perda de posição mediante ao avanço das importações ao longo das últimas três décadas. “Não somos uma indústria protecionista, mas temos vivido um processo de abertura comercial descompassado. Hoje, 46% do mercado é ocupado por produtos importados, sendo que temos oportunidades de crescer e gerar riqueza em curto prazo”, disse o presidente interino da Abiquim. “Se elevássemos a atual capacidade instalada de 70% para 95%, por exemplo, geraríamos mais R$ 10,7 bilhões de incremento de arrecadação federal, sem contar a criação de mais de 30 mil novos empregos”, completou Cordeiro, acrescentando ainda que o setor é o primeiro em arrecadação de tributos federais - R$ 30 bilhões anuais.

 

Ele ressaltou também as principais vantagens comparativas da indústria química nacional frente aos concorrentes internacionais, entre elas, uma matriz energética renovável, biomassa e gás natural. No que tange ao gás natural, Cordeiro destacou sua utilização não apenas como fonte de energia, mas como matéria-prima, possibilitando sobretudo, a transição para um padrão de produção sustentável. “Como oportunidades, já podemos considerar também a primeira planta de hidrogênio verde, que além da função de molécula, pode ser aproveitado como matéria-prima na fabricação de amônia verde que, por sua vez, pode dar origem a nitrogenados, que são os fertilizantes verdes. Ou seja, há um campo muito extenso para nos desenvolvermos no futuro nessas áreas e, seguramente, pesquisa, tecnologia, inovação, assegurado por uma indústria química forte e competitiva, estarão por trás de todos esses desenvolvimentos.”


 

Foto: Divulgação/Abiquim


Por fim, Cordeiro pontuou as quatro missões da indústria química brasileira, aliadas às diretrizes de um ‘ESG Made in Brazil’ e sustentabilidade - Gás Natural, Bioprodutos, Energia Renovável e Saneamento – que visam alavancar geração de valor para a sociedade e a economia. Porém, ressaltou que elas só serão possíveis se o País definir uma política industrial de Estado e resolver questões estruturais já de longa data, conforme relacionou:


1. Custo de energia – ele é 3 a 5 vezes mais alto no Brasil. As tarifas de energia afetam todo o setor industrial, mas especialmente a química porque ela é uma indústria energético-intensiva, utiliza muita energia.

2. Custo da matéria-prima no Brasil, que é o triplo - no caso do gás - comparando com o dos EUA, Rússia, China ou Coreia.

3. Carga tributária brasileira – ela é praticamente o dobro da carga média mundial para o setor químico.

4. Inserção internacional/defesa comercial

5. Por fim, no Brasil, ao contrário do que acontece ao redor do mundo, ele não tem políticas continuadas e significativas de apoio ao setor industrial químico. Ao contrário, por exemplo, dos EUA, China, Alemanha, França, Coreia, Japão. Ou seja, vários países têm programas de crédito, tributário ou mesmo de subvenção, via orçamentária, para suas indústrias químicas. O Brasil, por sua vez, tem que competir exclusivamente com as habilidades que tem diretamente, reiterando, sobretudo, o aumento ao longo da última década do déficit químico, em contraposição à redução do REIQ. Se em 2010 o déficit era de US$ 10 bilhões, em 2022 a previsão é de que feche em US$ 62 bi.

 

Ao final da apresentação da Abiquim, Geraldo Alckmin reconheceu que a indústria química é super tributada e defendeu uma urgente reforma tributária, no sentido de melhorar o ambiente de negócios. O candidato destacou também a importância do investimento público e privado na área logística e de infraestrutura em consonância com uma segurança jurídica e previsível ao investidor.

 

Segundo Alckmin, a pandemia acendeu um alerta no que tange à segurança na área alimentar e na saúde. “O País não pode ficar dependente de insumos básicos de outros países. A química é o motor do mundo. Lula tem a mesma visão e, junto dele, trabalharemos, se formos eleitos, para o seu desenvolvimento e crescimento, levando em conta, sobretudo, as grandes oportunidades e vantagens que o Brasil reúne”, afirmou.

 

O candidato à vice-presidente garantiu seu apoio à indústria química nacional e levou consigo o documento que relaciona as missões do setor químico com a promessa de que trabalhará para o Brasil voltar a crescer, com inclusão e sustentabilidade.

 

Participaram também do encontro: Denise Mazzaro Naranjo, Diretora de Comércio Exterior da Abiquim; Alex Campos, Head of Strategy and Foreign Trade da Elekeiroz; Caliel Calves, Analista Senior de Relações Institucionais da Yara; Daniel Hubner – Head of Industrial Business Development LA da Yara; Edison Dias Bicalho, Secretário Geral da Fed. dos Trab. nas Ind. Quím. e Farm. do Est. SP (FEQUIMFAR); Frederico Marchiori, Gerente Sênior de Relações Institucionais da Oxiteno; Dr. Hendrik Schoenfelder, Presidente Regional da Evonik; Humberto Passos Filho do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas Farmacêuticas e de Fertilizantes Cubatão/Santos; Jaime Oliveira, Director of Public Affairs, Science and Sustainability Brazil da Bayer; Jose Lucas de Alvarenga Freire Junior, Diretor Presidente da Elkem; Marcelo Perracini, Government & Public Affairs Director South América da Rhodia; Marcos Barros Cruz, CEO da Nitro Química; Mariana Orsini, Diretora de Relações Governamentais da Dow; Nubia Batista, Relações institucionais da Braskem; Reinaldo Kroger, Vice-Presidente da Innova; Roberto Noronha, Presidente da Unigel; Rodrigo Jorge, CEO da Air Liquide Brasil; Sergio Luiz Leite, 1º Vice Presidente da Força Sindical; Wellington Pires Bonifácio, Diretor Presidente da Huntsman; Airton Cano da Federação dos Trabalhadores do Ramo Químicos da CUT do Estado de São Paulo (FETQUIM); Raimundo Suzart, Presidente do Sindicato dos Químicos ABC; Sergio Santos, Diretor de Relações Governamentais da Unipar; Christian Corrêa, Consultor de Relações Institucionais da Oxiteno e Murilo Beltrame, da área de Assuntos Jurídicos da Arkema, além de representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP).