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RAC – Produção da indústria química cai em 2019

Segunda-Feira, 03 de Fevereiro de 2020

Produtos importados respondem por 43% da demanda interna e ociosidade fica em 30%



A produção nacional de químicos de uso industrial caiu 5,7% em 2019 em comparação com o ano anterior, segundo dados do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim. Este desempenho é o segundo pior do setor nos últimos 13 anos. 

Além da produção a demanda por produtos químicos de uso industrial caiu 7,3% e as vendas internas tiveram retração de 1,8%, no mesmo período de comparação. Já as importações cresceram 6,4%, em volume, passando a ocupar 43% da demanda interna por químicos, novo recorde do setor. Vale registrar que em 2006, as importações tinham peso de 21% sobre o volume de demanda interna e, no início da série, em 1990, de apenas 7%. 

“Os produtos químicos são usados pela indústria automobilística, construção civil, linha branca, alimentos, embalagens, entre tantos outros importantes segmentos afetados pela crise econômica”, afirma a diretora e Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira. 

A atividade interna fraca levou as empresas a buscaram alternativas para manter suas plantas em operação mínima, sendo que a utilização da capacidade instalada registrou o pior patamar desde o início da série de acompanhamento em 1990, com 70% em média em 2019, resultando em um recorde de ociosidade de 30%. Desde 2008, o uso médio da capacidade tem se situado em um patamar considerado baixo, variando entre 70 e 83%. 

As mudanças no ambiente político e econômico nacional, a aprovação e implementação de algumas medidas permitem prever melhoras no curto e médio prazo. “A química é fortemente dependente de matérias-primas e de insumos energéticos, o que explica boa parte da baixa dinâmica e falta de competitividade dos últimos anos. O Programa Novo Mercado de Gás deverá modificar o cenário do setor de óleo e gás nacional, com possibilidade de atração de investimentos em infraestrutura e, principalmente, na elevação da oferta de energia, dois pontos fundamentais para a competitividade do País e da química. Também, destacam-se as melhores condições macroeconômicas, como recuo da inflação e dos juros, aumento da atratividade externa pelo Brasil”, avalia a diretora da Abiquim.

Fátima cita que no fim de dezembro, o setor conseguiu um importante resultado na Bahia com a edição de medidas da Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA) e da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA), que concedem novas condições de fornecimento e tarifas menores para o gás natural no estado, em vigor desde 1º de janeiro de 2020. “As medidas promoveram a redução da tarifa de gás no estado, tanto em termos de molécula quanto em temos de margem de distribuição, contemplando parte das reivindicações do setor”.