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Notícias Abiquim

Nível de utilização da capacidade instalada do setor químico de uso industrial é o pior dos últimos 30 anos

Segunda-Feira, 02 de Setembro de 2019

Preços elevados de energia e matéria-prima, deficiências logísticas e alta carga tributária 

reduzem a utilização da capacidade instalada para 65%, em julho 


O nível de utilização da capacidade instalada das empresas do setor químico de uso industrial em julho foi de 65%, pior índice registrado desde que a Abiquim iniciou o levantamento deste indicador em 1989. De janeiro a julho deste ano, o nível de utilização da capacidade instalada foi de 70%, seis pontos abaixo do índice registrado em igual período do ano anterior, resultando em um nível de ociosidade de 30%, pior desempenho dos últimos dez anos. 

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o baixo nível de utilização da capacidade instalada se deve à falta de competitividade gerada pelo preço das matérias-primas e energia, as deficiências logísticas e a alta carga tributária. “Para o setor químico, que opera em regime de processo contínuo, não sendo possível desligar equipamentos ou diminuir a produção abaixo de um determinado nível, esse cenário significa piores desempenhos operacionais e custos unitários de produção ainda mais elevados”, afirma Fátima. 

Para piorar o cenário, o consumo aparente nacional (CAN), que mede a produção mais importações menos as exportações, dos produtos químicos de uso industrial exibiu recuo de 6,2% de janeiro a julho de 2019, sobre igual período do ano passado. Desta forma, a produção local vem perdendo espaço para o produto importado e na média dos 12 últimos meses 40% dos produtos químicos de uso industrial comercializados no Brasil foram importados, maior percentual dos últimos 30 anos. 

Nos últimos sete meses, a produção recuou 3,55% sobre o período de janeiro a julho do ano passado, enquanto as vendas internas caíram 0,49% na mesma comparação. “Esses dados ainda são preliminares, porém revelam uma preocupação do setor com a conjuntura econômica adversa e a expectativa ainda frustrada de recuperação. Para tentar minimizar esses resultados ruins e manter as instalações em um nível operacional mais seguro, as empresas tentaram buscar as exportações como alternativa ao mercado interno. Entre janeiro e julho, o volume enviado ao exterior teve elevação de 9,8%, porém com margens, às vezes, negativas”, explica a diretora da Abiquim. 

A desaceleração da atividade química também pode ser observada nos resultados dos últimos 12 meses encerrados em julho de 2019, sobre os doze meses imediatamente anteriores: o índice de produção recuou 4,23% e o índice de vendas internas caiu 2,46%. O CAN teve diminuição de 1,4%, também acelerando o declínio sobre os doze meses anteriores, ocasião em que o índice se manteve estável. 

“Apesar do cenário de curto prazo nada animador, a indústria química está otimista com o lançamento do programa Novo Mercado de Gás, divulgado pelo governo federal em julho, que traz perspectivas e novos cenários para o setor, maior usuário entre os segmentos industriais do gás e o único que utiliza o produto como matéria-prima. As reformas da previdência e tributária estão sendo muito aguardadas, especialmente pelos efeitos que podem trazer no curto prazo, além da MP da liberdade econômica”, finaliza Fátima.