APOIO:

ANUNCIE

AQUI

Home > Notícias Abiquim
Notícias Abiquim

Resultados consolidados da Abiquim indicam queda na produção e consumo de químicos de uso industrial em 2018

Terca-Feira, 19 de Marco de 2019

Produção e vendas internas se recuperam em janeiro, principalmente em razão da fraca base de comparação do último trimestre do ano passado

Resultados consolidados da Abiquim apontam que o segmento de produtos químicos de uso industrial teve recuo na demanda em 2018, após dois anos de alta. Todas as variáveis que medem a atividade exibiram redução de volume em relação ao ano anterior: produção (-4,23%), vendas internas (-0,90%), vendas externas (-16,7%), importações (-2,8%) e, como resultado, o consumo aparente nacional (-1,4%). 

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, a indústria química é considerada um importante indicador de atividade antecedente, uma vez que está na base de suprimento de inúmeros outros setores, que também se ressentiram da desaceleração da atividade, como indústria automobilística, linha branca, construção civil, descartáveis, entre outros. “O desempenho negativo é justificado pela desaceleração econômica, as conturbações políticas, a greve dos caminhoneiros, a volatilidade do câmbio e as incertezas advindas de todo esse cenário”. 

No quadro externo, a alta dos preços do óleo e de seus derivados entre o final de 2017 e setembro de 2018 teve influência na elevação dos preços dos produtos químicos no mercado internacional com impacto no Brasil. O índice de preços teve elevação expressiva, de 23,06%, no ano passado, acompanhando as flutuações do mercado internacional. Já a relação comercial conturbada entre Estados Unidos e China impactou a oferta de produtos no mercado internacional e no País. “Como reflexo a utilização da capacidade instalada ficou em 77% em 2018, contra 79% no ano anterior”.  

As vendas internas permanecem em um patamar bem mais baixo do registrado entre 2012 e 2013. “Nos últimos 12 anos, os volumes de produção e de vendas são, na média, os mesmos de 2007, sendo a conclusão, infelizmente, a de que vivemos uma década perdida”, afirma Fátima.

Perspectivas para 2019 

Os dados preliminares de janeiro de 2019 destacam que o índice de produção recuperou e subiu 10,55% sobre o mês anterior, sobretudo pela base de comparação deprimida do último bimestre do ano passado. Na comparação com janeiro de 2018, o resultado também foi positivo, crescimento de 0,5%. O índice de vendas internas teve resultado expressivo com um crescimento de 13,27% sobre dezembro, porém 9,34% abaixo em relação a janeiro de 2018. 

Após elevação durante quase todo o ano passado, o índice de preços apresentou recuo de 7,27% no primeiro mês deste ano, sobretudo em razão dos preços internacionais e do comportamento do barril do petróleo. Em relação ao consumo aparente nacional (CAN), que mede a produção mais importação menos exportação, específico do primeiro mês do ano, deve-se registrar alta de 2,9% sobre o mês anterior e de 12,7% sobre janeiro do ano passado.

A expectativa do setor para 2019 é a de que o País caminhe na direção da correção dos principais fatores que afetam a competitividade das empresas que produzem localmente. “Será fundamental encaminhar reformas estruturais ainda no primeiro semestre, como a da previdência, para que o Governo possa atacar questões relacionadas à carga tributária e à logística. Especificamente na química, os custos com aquisição de matérias-primas e energia acabam impondo um custo adicional ao produtor local. Essas mudanças são essenciais para que se possa realizar uma abertura comercial nos moldes do que o novo governo pretende”, explica Fátima.