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Notícias Abiquim

Produção registra crescimento em maio mas não acompanha alta expressiva da demanda

Sexta-Feira, 28 de Junho de 2013

Resultado é mais um indicativo da importância das medidas propostas pelo governo para conter as importações e abrir espaço à indústria nacional



O mês de maio foi positivo no que tange a demanda e a produção do setor químico brasileiro, de acordo com o último levantamento do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da Abiquim. No período, a indústria química apresentou um leve aumento de sua capacidade instalada, chegando a 84%. A produção nacional também registrou crescimento de 2,94% no mês passado, e de 0,28% nos primeiros cinco meses do ano. No entanto, a demanda por produtos químicos foi a que mais surpreendeu: o Consumo Aparente Nacional (produção+importação-exportação) cresceu 9% entre janeiro e maio de 2013. No acumulado dos últimos 12 meses (até maio/2013), o aumento foi de 2,6%.

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o cenário atual é propício para uma abertura de espaço aos produtos nacionais. “Apesar do incrível crescimento, a demanda interna é ainda suprida em boa parte por importados, cujo volume teve elevação de 32,8% somente nos primeiros cinco meses do ano, em relação a igual período do ano passado. Por isso é fundamental que as demais medidas propostas pelo governo para a indústria química sejam aplicadas nos prazos estabelecidos, o que poderá significar futuramente um divisor de águas para o setor”. Ainda na opinião de Fátima Giovanna, o efeito da adoção da MP 613, que desonera PIS e Cofins sobre a compra de matérias-primas da primeira e segunda gerações petroquímicas, ainda não pode ser percebido nos resultados do RAC. “Provavelmente poderemos enxergar alguma mudança de patamar em meados do terceiro trimestre”, explica.

Já em relação às vendas internas, o setor químico teve um desempenho estável de 0,08% de janeiro a maio de 2013. No mês passado, o resultado foi negativo: -0,08%. No acumulado dos últimos 12 meses (até maio/2013), no entanto, as vendas internas cresceram 2,98%.

No âmbito das importações, a maioria dos grupos analisados teve crescimento desses volumes, destacando-se os intermediários para fertilizantes (+51,6%, sendo que a ureia teve alta de 78,7% em volume), os petroquímicos básicos (+27,1%, sobretudo metanol, cujas importações cresceram 25%) e as resinas termoplásticas (+20,6%, notadamente polietilenos). A forte pressão de importações de ureia e metanol evidencia oportunidades importantes no setor que, todavia, não tem sido aproveitadas pelo peso do gás natural nos custos de produção, que não só inviabilizam a produção atual como também desestimulam novas ampliações. Segundo a diretora de Economia e Estatística Fátima Giovanna, esses números reforçam a necessidade urgente da implementação da política para o gás natural utilizado como matéria-prima.

Apesar do cenário estagnado, a Abiquim avalia que as indicações são positivas para o segundo semestre do ano e para 2014, contanto que as principais medidas defendidas no Conselho de Competitividade da Química, no âmbito do Plano Brasil Maior, sejam colocadas em prática. As questões defendidas estão inseridas no documento “Agendas Estratégicas Setoriais”, divulgado no início de abril de 2013.