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RECE - Déficit soma US$ 6,8 bilhões frente a alta de 3,2% no volume importado no trimestre

Quarta-Feira, 15 de Abril de 2020

Março registra recorde em quantidades importadas e maior valor para o mês desde 2014, mesmo com crise da Covid-19


O déficit acumulado na balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 6,8 bilhões no primeiro trimestre do ano, valor que é somente inferior ao registrado em igual período do ano passado, uma redução de 2,4% na comparação com o total de US$ 6,9 bilhões entre janeiro e março de 2019. Nos últimos 12 meses (abril de 2019 a março de 2020), o indicador totaliza US$ 31,7 bilhões, 0,3% acima do déficit de US$ 31,6 bilhões do consolidado do ano passado, em que pese o turbulento cenário dos três primeiros meses deste ano.


De janeiro a março, as importações de produtos químicos foram de US$ 9,5 bilhões, uma redução de 3,9% em relação ao mesmo período de 2019, mas representando um valor relativamente próximo ao maior já registrado para o período, de US$ 10,1 bilhões, entre janeiro e março de 2013 (ano do déficit recorde de US$ 32 bilhões). Em termos de quantidades importadas, as mais de 10,7 milhões de toneladas importadas resultam do aumento de 3,2% na comparação com os três primeiros meses do ano passado, tendo sido registrados aumentos importantes em praticamente todos os grupos acompanhados, sobretudo em produtos químicos orgânicos (23,1%) e em resinas e elastômeros (9,6%).


Já as exportações, por sua vez, de US$ 2,8 bilhões, significaram uma redução de 7,2% na mesma comparação. O insatisfatório resultado de vendas ao exterior no trimestre representa um forte recuo em relação aos últimos anos e coloca o desempenho do acumulado de 2020 como o pior desde o ano 2009 (US$ 2,1 bi), aquele resultante da grave crise econômico-financeira global ligada ao mercado de derivativos. As quantidades exportadas, de 3,7 milhões de toneladas, apontam um aumento de 20,7% do volume vendido ao exterior, particularmente concentrado em alumina calcinada, item que figura no grupo de produtos químicos inorgânicos.


Especificamente no mês de março, as importações tiveram forte elevação na comparação com o mês anterior, fevereiro, de 36,1% em volume (4,2 milhões de toneladas e recorde para o mês) e de 10,8% em valor (US$ 3,2 bilhões, maior valor para março desde 2014), com aumentos expressivos em itens relacionados ao enfrentamento da pandemia da Covid-19, sobretudo em princípios ativos farmacêuticos (27,3% em valor – US$ 234 milhões; e 10,5 mil toneladas) e em cloro e álcalis (53,9% em valor – US$ 63,9 milhões; e 56,5% em volume – 423,7 mil toneladas); e também em mercadorias indispensáveis para a garantia da segurança alimentar, como os intermediários para fertilizantes (48,9% em valor – US$ 564 milhões; e 46% em volume – 2,4 milhões de toneladas).


Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, os resultados da balança comercial brasileira em produtos químicos no primeiro trimestre de 2020 se somam a outras várias evidências de que o setor químico é essencial no combate da pandemia bem como será estratégico para a retomada da atividade econômica. “A indústria química brasileira tem sido fundamental na garantia de abastecimento para as várias cadeias de fabricação de bens essenciais e no enfrentamento eficiente da COVID19, inclusive, com novas soluções para a fabricação de artigos de prateleira fundamentais, como o álcool gel. O setor é essencial e precisamos do imediato reconhecimento disso pelas autoridades com um olhar estratégico compatível ao tamanho do setor e do País. Entendemos que a aceleração da agenda de reformas estruturais é condição indispensável para a atração de novos investimentos com foco na diminuição da grave dependência externa de matérias-primas como os fertilizantes e de insumos farmacêuticos para os quais temos plena condição técnica de fabricação nacional” destaca Ciro Marino.